Desenho de Romero Brito |
Infelizmente alguém de pouquíssima educação pixou toda a estátua do poeta e, por essa razão, as imagens que tenho foram feitas no Espaço Pasárgada, na Rua da União que era a casa do avô e onde ele passou a infância.
Rimancete À dona de seu encanto
À bem-amada pudica,
Por quem se desvela tanto
Por quem tanto se dedica,
Olhos lavados em pranto,
O seu amante suplica:
O que me darás, donzela,
Por preço de meu amor?
-Dou-te os meus olhos (disse ela),
Os meus olhos sem senhor...
-Ai não me fales assim!
Que uma esperança tão bela
Nunca será para mim!
O que me darás, donzela,
Por preço de meu amor?
-Dou-te os meus lábios (disse ela),
Os meus lábios sem senhor...
-Ai não me enganes assim,
Sonho meu! Coisa tão bela
Nunca será para mim!
O que me darás, donzela,
Por preço de meu amor?
-Dou-te as minhas mãos (disse ela),
As minhas mãos sem senhor...
- Não me escarneças assim!
Bem sei que prenda tão bela
Nunca será para mim!
O que me darás. donzela,
Por preço do meu amor?
dou-te os meus peitos(disse ela),
Os meus peitos sem senhor...
- Não me tortures assim!
Mentes, Dádiva tão bela
Nunca será para mim!
O que me darás, donzela,
Por preço de meu amor?
- Minha rosa e minha vida...
Que por prendê-la perdida,
Me desfaleço de dor...
- Não me enlouqueças assim,
Minha vida! Flor tão bela
Nunca será para mim!
O que me darás, donzela?
- Deixas-me triste e sombria.
Cismo... não atino o quê...
Dava-te quanto podia...
Que queres mais que te dê?
Responde o moço destarte:
-Teu pensamento quero eu!
- Isso não... não posso dar-te...
Que há muito tempo ele é teu
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