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Mostrando postagens de 2011

Feliz você em 2012

Agradeço a todos os que estiveram direta ou indiretamente comigo no blog e na vida. Todos foram muito importantes pra mim neste ano que acabou. Não vou desejar que 2012 traga ou seja isso ou aquilo pra ninguém. Ele não irá me obedecerá, infelizmente. Meu poder resume-se em confiar que cada um dos amigos vá ser plenamente capaz de entrar o novo ano com a firme disposição de fazer seu mundo interior bem ecológico. Limpinho como deve ser. Aí sim, que venha 2012.  Feliz você nesse ano que se inicia. beijos, Regina, a blogueira. Imagem: O Livro do Bom Humor de Lailson Holanda Cavalcanti, usada com autorização do autor.

Biquini Cavadão - Sobradinho

Sobradinho Sá e Guarabira O homem chega e já desfaz a natureza Tira a gente põe represa, diz que tudo vai mudar O São Francisco lá prá cima da Bahia Diz que dia menos dia vai subir bem devagar E passo a passo vai cumprindo a profecia Do beato que dizia que o sertão ia alagar O sertão vai virar mar Dá no coração O medo que algum dia O mar também vire sertão Vai virar mar Dá no coração O medo que algum dia O mar também vire sertão Adeus Remanso, Casa Nova, Sento Sé Adeus Pilão Arcado vem o rio te engolir Debaixo d'água lá se vai a vida inteira Por cima da cachoeira o Gaiola vai subir Vai ter barragem no salto do Sobradinho E o povo vai se embora com medo de se afogar O sertão vai virar mar Dá no coração O medo que algum dia O mar também vire sertão Vai virar mar Dá no coração O medo que algum dia o mar também vire sertão.

Livros mais vendidos de 2011

Ficção 1. A Cabana , William P. Young (Arqueiro) 2. Querido John, Nicholas Sparks (Novo Conceito) 3.  A Guerra dos Tronos, George R. R. Martin (LeYa) 4. As Esganadas, Jô Soares (Cia das Letras) 5. Diário de uma Paixão, Nicholas Sparks (Novo Conceito) 6.  Água para Elefantes, Sara Gruen (Arqueiro) 7. A Última Música, Nicholas Sparks (Novo Conceito) 8. Um Amor para Recordar, Nicholas Sparks (Novo Conceito) 9. Um Dia, David Nicholls (Intrínseca) 10. Questões do Coração, Emilly Griffin (Novo Conceito) Não ficção 1. Steve Jobs , Walter Isaacson (Cia das Letras) 2. Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, Leandro Narloch (LeYa) 3. 1822, Laurentino Gomes (Nova Fronteira) 4. 1808, Laurentino Gomes (Planeta) 5. Feliz por Nada, Martha Medeiros (L&PM) 6. Comer, Rezar, Amar, Elizabeth Gilberty (Objetiva) 7. Guia Politicamente Incorreto da América Latina, Leandro Narloch (LeYa) 8. 50 Anos a Mil, Lobão (Nova Fronteira) 9. Mentes Perigosas, Ana Beatriz

Binóculo, Mário Prata

          Ganhei muitas flores de aniversário. E um binóculo, da Ângela, que vive de pesquisas históricas. Só mesmo uma historiadora para ter uma ideia dessas. Os historiadores gostam de ver tudo de perto.Principalmente fatos distantes.           As flores murcharam, à média distância. E o binóculo alí, na mesinha, a me observar.Bonito, prateado.Deve ter custado caro. Claro que quem dá um binóculo para uma pessoa como eu, solteiro rodeado de prédios e janelas tentadores e indiscretas, tá mais a fim de me ver procurando mulher pelada. Todo mundo sabe que a única finalidade de binóculo é peito nu da vizinha. Foi inventado em 1645 com essa primordial finalidade. O meu filho viu a peça, pegou. Todo mundo que vê um binóculo, pega. E procura a janela. Depois me informou que luneta é melhor. Melhor, para quê? Li o manual de instruções, em alemão. Entendi tudo porque tinha desenhinho.           Ainda bem que era alemão, porque é impossível entender qualquer manual de instruções em port

Off Price, Ferreira Gullar

Ferreira Gullar - Imagem Letícia Moreira-Folha Press Que a sorte me livre do mercado E que me deixe Continuar fazendo (sem o saber)             fora do esquema             meu poema inesperado             e que eu possa             cada vez mais desaprender             de pensar o pensado e assim  poder reinventar o certo pelo errado. (In GULLAR, Ferreira Alguma Parte, Ed. José Olimpio 2010)

Feliz Natal a Todos

Toada à toa Ferreira Gullar A vida, apenas se sonha que é plena,bela ou o que for. Por mais que nela se ponha é o mesmo que nada por. Pois é certo que o vivido -na alegria ou no desespero – como  gás é consumido... Recomeçamos do zero . Que sejamos sempre capazes de recomeçar. Feliz Natal, Regina.  Dez.2011 Imagem:Natividade Joseja de Óbidos (1630-1680)

Crônica cantada: "Véspra" de Natal Adoniran Barbosa

Eu me lembro muito bem Foi numa véspra de natal cheguei em casa Encontrei minha nega zangada, criança chroando, mesa vazia, não tinha nada Saí fui comprar bala mistura Comprei também um pãozinho de mel E cumprindo a minha jura Me fantasiei de Papai Noel Falei com minha nega de lado Eu vou subir no telhado E descer na chaminé Enquanto isso você Pega a criançada e ensaia do Ding-bel Ai meu Deus que sacrfício O orifício da chaminé era pequeno Pra tirar de lá Foi preciso chamar Os bombeiros

Aniversariante do dia: Gregório de Matos

Gregório de Matos Gregório de Matos Guerra : poeta Brasileiro que nasceu 1636  época em que  o pais pertencia a Portugal. Por essa razão, era um cidadão luso-brasileiro, mesmo tendo nascido em Salvador . Pertenceu à escola barroca de literatura. Advogado formado em Lisboa exerceu algumas funções em Portugal e no Brasil. Passeou pela poesia  satírica, erótica e até lírica, mas foi por suas críticas severas à igreja católica e à sociedade da época que ficou mais conhecido. Apelidado de "Boca do Inferno"  conseguia  inimigos na mesma proporção em que sua poesia tornava-se conhecida. Por sua poesia ferina foi deportado para Angola em 1694. Ganha o direito de voltar para o Brasil no mesmo ano. Sem permissão de  entrar em Salvador, vai para a cidade do Recife. Na capital pernambucana, acometido de moléstia contraida em Angola e já se sabendo terminal, solicita a presença de dois padres. A  eles pede que sentem-se cada um de um lado de sua cama e, se colocando como Jesus,diz &qu

Natal, Rubem Braga

     É noite de Natal, e estou sozinho na casa de um amigo, que foi para a fazenda. Mais tarde talvez saia. Mas vou me deixando ficar sozinho, numa confortável melancolia, na casa quieta e cômoda. Dou alguns telefonemas, abraço à distância alguns amigos.        Essas poucas vozes, de homem e de mulher, que respondem alegremente à minha, são quentes, e me fazem bem, "Feliz Natal, muitas felicidades!"; dizemos essas coisas simples com afetuoso calor; dizemos e creio que sentimos; e como sentimos, merecemos. Feliz Natal!       Desembrulho a garrafa que um amigo teve a lembrança de me mandar ontem; vou lá dentro, abro a geladeira, preparo um uísque, e venho me sentar no jardinzinho, perto das folhagens úmidas. Sinto-me bem, oferecendo-me este copo, na casa silenciosa, nessa noite de rua quieta. Este jardinzinho tem o encanto sábio e agreste da dona da casa que o formou. É um pequeno espaço folhudo e florido de cores, que

Livro Deixado em Banco de Praça ....

Este blog deixou  vários livros no Parque da Jaqueira, quem quis pegou. Hoje, aproximadamente 10 da manhã  fui ao Parque da Jaqueira... com uma caixa e um carrinho carregados de livros de vários gêneros, autores, estilos.  Passei para a caixa tudo o que tinha no carrinho...  Deixei no primeiro banco que fica perto da portaria (entrada pela Rua do Futuro)  e vim embora.

Livro novo no pedaço: Retratos Antigos

Elisa Lispector ,era a irmã mais velha da escritora Clarice. Faleceu no Rio de Janeiro em 1989 com 77 anos. Também escrevia,mas não teve o destaque da irmã. Seu livro mais conhecido é Exílio de onde se obtém  algumas informações sobre Clarice.  Nos anos 70 Elisa Lispector escreveu esboços que são dedicados à sobrinha, filha de Tânia, a irmã do meio.Clarice é a mais nova. À Nicole ela quis contar a saga da família Lispector e esse material, datilografado e rabiscado em 28 laudas --"esboços a serem ampliados", como anotou Elisa, tem  lançamento previsto para janeiro de 2012 pela  Editora da UFMG.   Retratos Antigos, organizado por Nádia Battella Gotlib, 144 págs sai com dois cadernos de fotos, a maioria inédita. Elisa Lispector escreveu a saga partindo de velhas f ot ografias tiradas de um álbum que por si já contava a história da família. Acontece que o álbum tem capa e contra capa trabalhadas e almofadas forradas em ouro russo. Obras

Os Animais do Presépio, Carlos Drummond de Andrade

Salve, reino animal: todo o peso celeste suportas no teu ermo. Toda a carga terrestre Carregas como se fosse feita de vento. Teus cascos lacerados na lixa do caminho e tuas cartilagens e teu rude focinho e tua cauda zonza, teu pêlo matizado, tua escama furtiva as cores com que iludes teu negrume geral, teu vôo limitado, teu rastro melancólico, tua pobre verônica em mim, que nem pastor soube ser, ou serei, se incorporam num sopro. Para tocar o extremo de minha natureza, limito-me: sou burro. Para trazer ao feno o senso da escultura, concentro-me: sou boi. A vária condição por onde se atropela essa ânsia de explicar-me agora se apascenta à sombra do galpão neste sinal: sou anjo. Antologia Poética , Lisboa, Publicações Dom Quixote, 2001

Blogueira agradece

O Poço da Panela, poema de Olegário Mariano, está em um dos volumes do livro "Toda Uma Vida de Poesia". Alguém poderia me enviar esse poema, por favor? Não serve informação de site, por isso peço a alguém que possua o livro. Agradeço desde já a gentileza. abraço, Regina Havia postado o pedido acima  porque não encontrei  o poema completo.  Já não preciso mais:  ganhei o livro  e postei. Na internet qualquer pessoa já pode encontrar O Poço da Panela , de Olegário Mariano. Para ler o poema completo, correto e com grafia original é só clicar na imagem.

Crônica cantada: Tranquilo com a vida, Edu Krieger e Oscar Niemeyer

Tranquilo Com a Vida Edu Krieger e Oscar Niemeyer Hoje em dia minha vida vai ser diferente Calça de pijama, camisa listrada, sandália no pé Andar pela praia vou fazer toda manhã E até moça bonita vai ter se Deus quiser Vou parar nos cafés pra ouvir historinhas Coisas da vida que um dia vão ter que mudar Quero ser um mulato que sabe a verdade E que ao lado dos pobres prefere ficar E assim vou eu Tranqüilo com a vida À espera da noite já solta no ar Como um manto de estrelas com que se anuncia E se multiplica nas águas do mar Da minha favela eu olho os grã-finos Morando na praia, de frente pro mar Não devemos culpá-los São prestigiados Que um dia entre nós vão voltar a morar

Retrospectiva 2011: a blogueira esqueceu (3):Velhinho, mas sucesso até hoje

Capa da primeira edição.            AO VERME              QUE  PRIMEIRO ROEU AS FRIAS CARNES         DO MEU CADÁVER             DEDICO     COMO SAUDOSA LEMBRANÇA             ESTAS         MEMÓRIAS PÓSTUMAS                            Ao Leitor        Que, no alto do principal de seus livros, confessasse Stendhal havê‑lo escrito para cem leitores, coisa é que admira e cons terna. O que não admira, nem provavelmente consternará é se este outro livro não tiver os cem leitores de Stendhal, nem cinqüenta, nem vinte, e quando muito, dez, Dez? Talvez cin co. Trata‑se, na verdade, de uma obra difusa, na qual eu, Brás Cubas, se adotei a forma livre de um Stern de um Lamb ou e um de Maistre, não sei se lhe meti algumas rabugens de pessimismo. Pode ser. Obra de finado. Escrevia‑a com a pena da galhofa e a tinta da melancolia; e não é difícil antever o que poderá sair desse conúbio. Acresce que a gente grave achará no livro umas aparências de puro romance, ao passo

De Mel a Pior, Fernando Sabino

- Qual é a primeira pessoa do presente do indicativo do verbo adequar? - pergunta-me ele ao telefone. - Nós adequamos - respondo com segurança. - Primeira do singular - insiste ele. - Espera lá, deixe ver. Com essa você me pegou. E arrisco vacilante: - Eu adéquo? - Não, senhor. - Eu adeqúo? Não pode ser. - E não é mesmo. - Então como é que é? - Quer dizer que você não sabe? - Deixe de suspense. Diga logo. - Não tem. É verbo defectivo. - E você me telefonou para isso? Verbo defectivo. Tudo bem. Eu não teria mesmo oportunidade de usar esse verbo na primeira pessoa do singular do presente do indicativo. Nunca me adéquo a questões como esta. Presente do indicativo ou indicativo do presente? - é a minha vez de perguntar. - No nosso tempo era indicativo presente. E é sua vez de não saber. Desculpa-se dizendo que andaram mudando tanto a nomenclatura gramatical, que a gente acaba não sabendo mais nada. - E o verbo delinqüir? - torna ele. - Que é que tem o v

Retrospectiva 2011: Poemas que mais gostei de publicar

É grande a oferta de poemas. Não faltam talentos no Brasil. Mesmo fora do grupo dos já tão merecidamente famosos, são muitas as possibilidades.Em 2011 alguns poemas foram postados também por outras razões que não só pela beleza que  neles encontrei.  Quais foram? Capibaribe , de Olegário Mariano A todas as pessoas dessa cidade o Rio Capibaribe encanta e, como fez comigo, chama para que se adote o Recife como terra natal. Não me canso de fotografá-lo e a imagem usada para este poema é de minha autoria.  Outra razão para postar Capibaribe foi acrescentar mais um poema de Olegário Mariano ao acervo do Google, que tem pouca coisa do autor. Acender a Luz , Laércio lins É o segundo poema deste autor no blog LivroErrante . Acender a Luz foi postado porque é diferente e instigante. Laércio Lins é professor e palestrante universitário de Pernambuco. A Ternura , Álvaro Pacheco Além da beleza do poema que é terno por si e abrangente, me chamou a atenção o foco no envelhecer. A ternura sem

Natal, Olegário Mariano.

Presépio artesanal, da exposição Oriundi - SP “Filho! Serás feliz!” – Era a voz de Maria Que entre beijos e lágrimas dizia, Ao ver seu grande filho que nascia De olhos azuis e cabecinha loura. Foi no palácio de uma estrebaria, No berço de ouro de uma manjedoura. Lá fora, em céu tranquilo, uma estrela  luzia. A areia do areal machucada rangia: Eram os passos dos camelos, eram Três vultos numa sombra que crescia... E os Reis Magos trouxeram Para o Senhor do Mundo que dormia Ouro, Mirra e Incenso. Aleluia! Aleluia! Alegria! Alegria! Um era preto como a noite, Outro moreno como a tarde, Outro era claro como o dia. Ajoelharam-se trêmulos de espanto Diante da estrela humana que nascia. Mas, no silêncio, em torno só se ouvia: - “Filho! Serás feliz!”  Sempre a voz de Maria Martirizada, cadenciada. Era mãe e previa No seu saber profundo, Como ia ser rude a jornada E como sofreria Seu pequenino Deus – Senhor do Mundo. Ole

Retrospectiva 2011:a blogueira esqueceu (2) Adélia Prado

Amor Feinho Eu quero amor feinho. Amor feinho não olha um pro outro. Uma vez encontrado, é igual fé, não teologa mais. Duro de forte, o amor feinho é magro, doido por sexo e filhos tem os quantos haja. Tudo que não fala, faz. Planta beijo de três cores ao redor da casa e saudade roxa e branca, da comum e da dobrada. Amor feinho é bom porque não fica velho. Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é: eu sou homem você é mulher. Amor feinho não tem ilusão, o que ele tem é esperança: eu quero amor feinho. Amor Feinho deveria ter sido postado em agosto e eu esqueci de programar.

Uma homenagem a Clarice Lispector na Voz de Caetano Veloso

Clarice Há muita gente Apagada pelo tempo Nos papéis desta lembrança Que tão pouco me ficou Igrejas brancas Luas claras na varandas Jardins de sonho e cirandas Foguetes claros no ar Que mistério tem Clarice Que mistério tem Clarice Pra guardar-se assim tão firme, no coração Clarice era morena Como as manhãs são morenas Era pequena no jeito De não ser quase ninguém Andou conosco caminhos De frutas e passarinhos Mas jamais quis se despir Entre os meninos e os peixes Entre os meninos e os peixes Entre os meninos e os peixes Do rio, do rio Que mistério tem Clarice Que mistério tem Clarice Pra guardar-se assim tão firme, no coração Tinha receio do frio Medo de assombração Um corpo que não mostrava Feito de adivinhações Os botões sempre fechados Clarice tinha o recato De convento e procissão Eu pergunto o mistério Que mistério tem Clarice Pra guardar-se assim tão firme, no coração Soldado fez continência O coronel reverência O padre fez penitência