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Horóscopo poético: Capricórnio 22 de dezembro a 21 de janeiro

Capricórnio - Vinicius de Moraes

A capricorniana é capricornial
Como a cabra de João Cabral.
Eu amo a mulher de capricórnio
Por que ela nunca lhe põe os próprios.
A caprina é tão ciumenta
Que até o ciúmes ela inventa.
Mulher fiel está aí: é cabra
Só que com muito abracadabra.
Suas flores: a papoula e o cânhamo
De onde vem o ópio e a maconha
Ela é uma curtição medonha
Por isso nos capricorniamos

Comentários

  1. Por minha grande falta de jeito, mas com o desejo de também partilhar o espírito desta quadra, partilho de Vitorino Nemésio, um outro Natal,

    «Percorro o dia, que esmorece
    Nas ruas cheias de rumor;
    Minha alma vã desaparece
    Na muita pressa e pouco amor.
    Hoje é Natal. Comprei um anjo,
    Dos que anunciam no jornal;
    Mas houve um etéreo desarranjo
    E o efeito em casa saiu mal.
    Valeu-me um príncipe esfarrapado
    A quem dão coroas no meio disto,
    Um moço doente, desanimado…
    Só esse pobre me pareceu Cristo.»

    Com um sincero desejo de uma quadra plena,
    Um imenso abraço,

    Leonardo B.

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  2. Muito bom. Agradeço o poema - que vou publicar - a oportunidade de conhecer o autor e o abraço. Tenha ótimo natal,
    Regina

    ResponderExcluir
  3. hahaha
    Regina adorei...mas Vinicus que me perdoe, mas não sou tão ciumenta assim...só por senso prático, rumino ás vezes...rs
    Adoreiiiii...vou colar lá no blog, obrigada!

    ResponderExcluir

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