também adorei sua cartinha que você me respostou, você que saber minha idade sabe eu tenho 13 anos e quando eu não estou na escola eu gosto de ler quando não leio eu brinco com meus irmãos sabia que eu tenho mais quatro irmãos e que eles vive dizendo se ela te levar eu vou matala, aí eu digo quem é que vai querer um menino tão preguissoso como é que so eu gosta de ler. sim aqui também tem muitas festas no São João e eu vou escrever quantas vezes poder e não pressiçava dizer para todo mundo de mim eu sou muito tímido sim eu quero aprender muitas coisas sabia que o meu sonho e no futuro ser um bom médico.
todas as vezes que você também escrever eu também vou responder sé você manda tantos invetopes assim porque pelo jeito que você disci você vai a falência
fim por fim
por mim denovo
um abraço e um beijos (transcrita sem qualquer correção)
todas as vezes que você também escrever eu também vou responder sé você manda tantos invetopes assim porque pelo jeito que você disci você vai a falência
fim por fim
por mim denovo
um abraço e um beijos (transcrita sem qualquer correção)
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Recentemente estive no interior do estado e visitei muito rapidamente a zona rural. Uma coisa de que gosto muito é ouvir conversa de pessoas do interior. Como pra mim gente é só gente mesmo, costumo ouvir todo mundo independente de onde esteja. Daí que posso ouvir fantásticas explicações para a fraca atuação da seleção brasileira de futebol, dada pelo jornaleiro ou mesmo a ciência da fabricação do doce japonês de batata doce fornecida pelo ambulante que vende numa bicicleta e passa aos gritos pelo meu bairro.
Puxar conversa é comigo mesma. Dei sorte e nunca houve hostilidade para comigo no que batizei de sociologia- pessoal-da-rua.
Pois bem, estive no agreste de PE. Numa noite na zona rural dois momentos lindos: conheci uma pitombeira. A árvore é linda! Lamentei não estar com máquina fotográfica. A dona da casa me viu embasbacada com a pitombeira: a senhora não é daqui não, né? Como eu ia dizer que era, com essa cara de gringa e tamanha ignorância sobre pitomba? Mesmo sendo, disse que não. Meu Deus, a mulher me chamou para entrar... o que não fiz por já estar sendo chamada para voltar. Disse: venho de novo fotografar a árvore. Ela ficou feliz e não sabe o quanto me deixou feliz também. Só isso.
Mas nem tudo é encantamento, claro. Apesar do romantismo do momento e da paisagem, sai pensando no quanto a boa fé desse povo volta-se contra ele mesmo.
Mantidos numa ignorância que só favorece o poder mais mesquinho, são explorados no que têm de mais precioso por raro: a humildade. No trajeto para a cidade a confusão entre revolta e tristeza me levou às lágrimas. Deu uma vontade imensa de ajudar... Sim, mas fazendo exatamente o quê? Gosto de coisa prática, mão na massa... diferente disso, tô fora.
De outro interior, de outra zona rural, recebi a carta que transcrevi acima. Muito bom saber que ele quer ser um bom médico. Por enquanto o adolescente está num sonho, como o meu diante da pitombeira, mas eu sei que vive numa casa caindo aos pedaços, com mais seis pessoas e não tem nem colchão para dormir.
Novamente: o que eu posso fazer? Ou melhor, tenho que ajudar. Sem fazer nada é que não posso. Ou então vou emperrar o CD em : "aí me dá uma inveja dessa gente, que vai em frente sem ter com quem contar."
Recentemente estive no interior do estado e visitei muito rapidamente a zona rural. Uma coisa de que gosto muito é ouvir conversa de pessoas do interior. Como pra mim gente é só gente mesmo, costumo ouvir todo mundo independente de onde esteja. Daí que posso ouvir fantásticas explicações para a fraca atuação da seleção brasileira de futebol, dada pelo jornaleiro ou mesmo a ciência da fabricação do doce japonês de batata doce fornecida pelo ambulante que vende numa bicicleta e passa aos gritos pelo meu bairro.
Puxar conversa é comigo mesma. Dei sorte e nunca houve hostilidade para comigo no que batizei de sociologia- pessoal-da-rua.
Pois bem, estive no agreste de PE. Numa noite na zona rural dois momentos lindos: conheci uma pitombeira. A árvore é linda! Lamentei não estar com máquina fotográfica. A dona da casa me viu embasbacada com a pitombeira: a senhora não é daqui não, né? Como eu ia dizer que era, com essa cara de gringa e tamanha ignorância sobre pitomba? Mesmo sendo, disse que não. Meu Deus, a mulher me chamou para entrar... o que não fiz por já estar sendo chamada para voltar. Disse: venho de novo fotografar a árvore. Ela ficou feliz e não sabe o quanto me deixou feliz também. Só isso.
Mas nem tudo é encantamento, claro. Apesar do romantismo do momento e da paisagem, sai pensando no quanto a boa fé desse povo volta-se contra ele mesmo.
Mantidos numa ignorância que só favorece o poder mais mesquinho, são explorados no que têm de mais precioso por raro: a humildade. No trajeto para a cidade a confusão entre revolta e tristeza me levou às lágrimas. Deu uma vontade imensa de ajudar... Sim, mas fazendo exatamente o quê? Gosto de coisa prática, mão na massa... diferente disso, tô fora.
De outro interior, de outra zona rural, recebi a carta que transcrevi acima. Muito bom saber que ele quer ser um bom médico. Por enquanto o adolescente está num sonho, como o meu diante da pitombeira, mas eu sei que vive numa casa caindo aos pedaços, com mais seis pessoas e não tem nem colchão para dormir.
Novamente: o que eu posso fazer? Ou melhor, tenho que ajudar. Sem fazer nada é que não posso. Ou então vou emperrar o CD em : "aí me dá uma inveja dessa gente, que vai em frente sem ter com quem contar."
Esse garoto vai ter,sim, com quem contar.
Aiaiaiaiai, posso me "desemocionar" antes de comentar?
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