A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços. A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa. O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito. Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um di
Mais um poema de Márcia Regina.
ResponderExcluirCoisa boa.
Para o Blog e para os privilegiados leitores.
Parabéns a ela e ao Blog.
Gosto de seu poder de síntese, Márcia.
ResponderExcluirMárcia Regina,
ResponderExcluirVc brilha no Blog.
E o Blog joga a réstia de suas belas palavras para a gente.
Continue escrevendo assim.
Todos sairão ganhando.
Cláudio, Regina:
ResponderExcluirObrigada. Estou toda orgulhosa com os comentários de vocês.
Fico feliz que tenham gostado.
Abraços,