Fui assistir a La Señorita de Tacna e achei que, mais do que uma obra teatral, essa primeira peça de Mario Vargas Llosa é um conto intimista transposto para o palco. em vez de ler, o espectador vê a história de Elvira, de apelido Mamaê, sorte de Dona Rosita peruana, que por orgulho desfez o noivado na véspera do casamento e passou a vida cuidando dos filhos da prima com quem morava. Não há propriamente enredo e o que (não) acontece se desenvolve sobretudo dentro das personagens, incidências secretas de amor frustrado, humilhações, cóleras mudas, ímpetos contidos, sonhos inconfessos. Não obstante a montagem e direção, ambas excelentes, não obstante o cuidao, a precisão com que Norma Aleandro compõe o papel principal, falando e gesticulando quase simultaneamente ( porque a ação vai e volta no tempo e no espaço) como a jovem saltitante e ingênua do começo do século e a anciã semiparalítica, irritada e nebulosa, em que se transformou - não obstante tudo isso, o espetáculo não me s