Muito devagarinho, o menino
acordou a meio da noite, com sede.- Mãe! - chamou baixinho, tão baixinho que já sabia que no quarto ao lado ela não conseguia ouvi-lo.
Não faz mal - pensou ele - daqui à cozinha é meia dúzia de passos e eu já sou crescido para ir sozinho buscar um copo de água.
Fez menção de se levantar, mas deixou-se ficar deitado no escuro.
O escuro é engraçado - descobriu o menino - mas o pior é que nao vejo as coisas muito bem! A minha cama parece um hipopótamo deitado e as grades lá do fundo, a boca dele, aberta...
O menino encolheu-se mais: agora já era o candeeiro que lhe parecia uma girafa, a olhá-lo lá do alto. Uma girafa no seu quarto? Quem a teria levado para lá?!
O pior era a sede, cada vez maior.
- Mãe! - tornou a chamar, agora mais baixinho ainda, com medo de acordar o hipopótamo e a girafa...
Não faz mal - pensou ele - daqui à cozinha é meia dúzia de passos e, se eu for depressa, o hipopótamo e a girafa não me apanham!
Fez menção de se levantar, mas deixou-se ficar deitado no escuro.
Devagarinho, começou a ver tudo melhor, com mais nitidez: ali estava ele, agasalhado na sua cama de grades, ao alto o candeeiro de metal amarelo, mais à frente a sua roupa dobrada em cima da cadeira ...
Estendeu a mão e acendeu a luz.
Devagarinho foi à cozinha beber água.
E ao voltar para a cama, todo satisfeito, sentiu-se bem ao perceber que ia voltar a adormecer.
- Mãe! - ainda chegou a chamar baixinho, tão baixinho que já sabia que no quarto ao lado ela não conseguia ouvi-lo - podes dormir descansada, que eu já não tenho medo!"
Maria Alberta Menéres. "Devagarinho", in "Histórias de tempo vai tempo vem".
Não faz mal - pensou ele - daqui à cozinha é meia dúzia de passos e eu já sou crescido para ir sozinho buscar um copo de água.
Fez menção de se levantar, mas deixou-se ficar deitado no escuro.
O escuro é engraçado - descobriu o menino - mas o pior é que nao vejo as coisas muito bem! A minha cama parece um hipopótamo deitado e as grades lá do fundo, a boca dele, aberta...
O menino encolheu-se mais: agora já era o candeeiro que lhe parecia uma girafa, a olhá-lo lá do alto. Uma girafa no seu quarto? Quem a teria levado para lá?!
O pior era a sede, cada vez maior.
- Mãe! - tornou a chamar, agora mais baixinho ainda, com medo de acordar o hipopótamo e a girafa...
Não faz mal - pensou ele - daqui à cozinha é meia dúzia de passos e, se eu for depressa, o hipopótamo e a girafa não me apanham!
Fez menção de se levantar, mas deixou-se ficar deitado no escuro.
Devagarinho, começou a ver tudo melhor, com mais nitidez: ali estava ele, agasalhado na sua cama de grades, ao alto o candeeiro de metal amarelo, mais à frente a sua roupa dobrada em cima da cadeira ...
Estendeu a mão e acendeu a luz.
Devagarinho foi à cozinha beber água.
E ao voltar para a cama, todo satisfeito, sentiu-se bem ao perceber que ia voltar a adormecer.
- Mãe! - ainda chegou a chamar baixinho, tão baixinho que já sabia que no quarto ao lado ela não conseguia ouvi-lo - podes dormir descansada, que eu já não tenho medo!"
Maria Alberta Menéres. "Devagarinho", in "Histórias de tempo vai tempo vem".
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