Muito devagarinho, o menino acordou a meio da noite, com sede.- Mãe! - chamou baixinho, tão baixinho que já sabia que no quarto ao lado ela não conseguia ouvi-lo. Não faz mal - pensou ele - daqui à cozinha é meia dúzia de passos e eu já sou crescido para ir sozinho buscar um copo de água. Fez menção de se levantar, mas deixou-se ficar deitado no escuro. O escuro é engraçado - descobriu o menino - mas o pior é que nao vejo as coisas muito bem! A minha cama parece um hipopótamo deitado e as grades lá do fundo, a boca dele, aberta... O menino encolheu-se mais: agora já era o candeeiro que lhe parecia uma girafa, a olhá-lo lá do alto. Uma girafa no seu quarto? Quem a teria levado para lá?! O pior era a sede, cada vez maior. - Mãe! - tornou a chamar, agora mais baixinho ainda, com medo de acordar o hipopótamo e a girafa... Não faz mal - pensou ele - daqui à cozinha é meia dúzia de passos e, se eu for depressa, o hipopótamo e a girafa não me apanham! Fez menção de se levantar, mas deixo...