Estamos tão inundados de informações que a censura deixou de fazer sentido como uma forma de controlar os que as pessoas sabem ou não. Quem defende essa ideia é o historiador Yuval Harari, autor do campeão de vendas Sapiens.
A revista Wired publicou trechos do próximo livro de Harari. Neles, o israelense fala sobre como educar as crianças de hoje para que elas sejam capazes de trabalhar e entender o mundo em 2050.
Para dar essas habilidades à nova geração será preciso repensar a forma como passamos adiante nossos conhecimentos. Para Harari, até pouco tempo, o desafio era superar a falta de informação. Hoje, temos que lidar com o excesso dela e ele acha que será assim também no futuro.
Aí é que entra a questão da censura. Harari argumenta que governos, regimes ou instituições não conseguem mais bloquear que informações chegam até os cidadãos. Não dá mais para fazer isso. A nova tática então, é se aproveitar do excesso. Em vez de censurar uma notícia, faz mais sentido criar uma notícia falsa.
“No
século XXI, estamos inundados por enormes quantidades de informação e,
até mesmo os censores, não tentam bloqueá-las. Em vez disso, eles estão
ocupados espalhando desinformação ou nos distraindo com irrelevâncias.
Se você mora em alguma cidade pequena do México, pode passar muitas
vidas lendo a Wikipédia, assistindo às palestras do TED e fazendo cursos
on-line gratuitos. Nenhum governo pode esperar esconder todas as informações das quais não gosta.
Por outro lado, é alarmantemente fácil inundar o público com informações conflitantes e comentários negativos. Pessoas de todo o mundo têm acesso com um clique às últimas notícias sobre o bombardeio de Aleppo ou sobre o derretimento das calotas polares no Ártico, mas há tantos relatos contraditórios que é difícil saber em que acreditar. Além disso, inúmeras outras coisas estão a apenas um clique de distância, o que dificulta a concentração, e quando a política ou a ciência parecem muito complicadas, é tentador mudar para vídeos de gatos engraçados, fofocas sobre celebridades ou pornografia.
Em tal mundo, a última coisa que um professor precisa dar aos seus alunos é mais informação. Eles já têm muito disso. Em vez disso, as pessoas precisam da capacidade de dar sentido à informação, de dizer a diferença entre o que é importante e o que não é importante e, acima de tudo, combinar muitas informações em uma visão ampla do mundo”.
O que você acha?
Fonte: Suzana Valença
Por outro lado, é alarmantemente fácil inundar o público com informações conflitantes e comentários negativos. Pessoas de todo o mundo têm acesso com um clique às últimas notícias sobre o bombardeio de Aleppo ou sobre o derretimento das calotas polares no Ártico, mas há tantos relatos contraditórios que é difícil saber em que acreditar. Além disso, inúmeras outras coisas estão a apenas um clique de distância, o que dificulta a concentração, e quando a política ou a ciência parecem muito complicadas, é tentador mudar para vídeos de gatos engraçados, fofocas sobre celebridades ou pornografia.
Em tal mundo, a última coisa que um professor precisa dar aos seus alunos é mais informação. Eles já têm muito disso. Em vez disso, as pessoas precisam da capacidade de dar sentido à informação, de dizer a diferença entre o que é importante e o que não é importante e, acima de tudo, combinar muitas informações em uma visão ampla do mundo”.
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