Durante uma era glacial, muito remota, quando o globo terrestre esteve coberto
por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e
morreram indefesos, por não se adaptarem às condições do clima hostil.
Foi então que uma grande manada de porco-espinho, numa tentativa de se
proteger e sobreviver, começou a se unir, a juntar-se mais e mais.
Assim cada
um podia sentir o calor do corpo do outro. E todos juntos, bem unidos,
agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se, enfrentando por mais tempo aquele
inverno tenebroso.
Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a
ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes forneciam mais
calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte. E afastaram-se, feridos,
magoados, sofridos.
Dispersaram-se por não suportarem mais tempo os espinhos dos seus semelhantes.
Doíam muito…….
Mas, essa não foi a melhor solução: afastados, separados, logo começaram a
morrer congelados.Os que não morreram, voltaram a se aproximar, pouco a pouco,
com jeito, com precauções, de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma
certa distância do outro, mínima, mas suficiente para conviver sem ferir, para
sobreviver sem magoar, sem causar danos recíprocos. Assim, aprendendo a amar,
resistiram a longa era glacial. Sobreviveram.
"Quanto mais nos ocupamos com a felicidade dos outros, maior passa a ser
nosso senso de bem-estar. Cultivar um sentimento de proximidade e calor humano
compassivo pelo outro, automaticamente coloca a nossa mente num estado de paz.
Isto ajuda a remover quaisquer medos, preocupações ou inseguranças que possamos
ter, e nos dá muita força para lutar com qualquer obstáculo que encontrarmos.
Esta é a causa mais poderosa de sucesso na vida."
(Exposta por Arthur Schopenhauer em 1851)
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