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Mostrando postagens de setembro, 2014

A Secretária, Rubem Braga

                                           Procuro um documento de que  preciso com urgência.  Não o encontro, mas me demoro a decifrar minha própria letra, nas notas de um caderno esquecido que os misteriosos movimentos na papelada pelas minha gavetas fizeram vir à tona.      Isso é que dá encanto ao costume de gente ter tudo desarrumado. Tenho uma secretária que é um gênio nesse sentido. Perdeu, outro dia, cinquenta páginas de uma tradução.      Tem um extraordinário senso divinatório, que a leva a mergulhar no fundo do baú do quarto da empregada os papéis mais urgentes; rasga apenas o que é estritamente necessário guardar mas conserva com rigoroso carinho o recibo da segunda prestação  de um aparelho de rádio,que comprei em São Paulo em 1941. Isso me fornece algumas emoções líricas inesperadas: quem não se comove de repente quando está procurando um aviso de banco e encontra uma conta de hotel de Teresina de quatro anos atrás, com todos os vales das despesas extraordinária

Mais Vendidos da Semana. Último domingo de setembro

                               Alguns livros passam até mais de um ano, no topo da lista dos mais vendidos e a maioria deles pode  ficar entre nas cinco primeiros colocações por várias semanas seguidas. Assim, com frequência, a diferença de uma semana para outra é muito pequena ou não há.   Ví, então, que é melhor publicar a lista  apenas uma vez por mês.   Mais Vendidos da Última Semana de Setembro - FICÇÃO: 1 ) Se Eu Ficar - Gayle Form. 2) A Culpa é das Estrelas , John Green 3) Eternidade Por Um Fio , Ken Follet 4) Cinquenta Tons de Cinza , E.L James 5) A Guerra dos Tronos ,George R.R. Martin 6) Cinquenta Tons de Liberdade , E.L.James 7) Cinquenta Tons Mais Escuros, E.L.James 8) A Dança dos Dragões, George R.R.Martin 9) O Festim dos Corvos , George R.R.Martin 10) A Tormenta das Espadas, George R.R. Martin Mais vendidos da Última Semana de Setembro - NÃO FICÇÃO: 1) Getúlio 1945-1954 , Lira N

História bonita: colou grau aos 97 anos.

       Aos 97 anos, mineira se forma em Direito Dona Chames Rolim sempre quis estudar direito, mas o marido ciumento não permitia.  Viúva, a filha de libaneses entrou  para a sonhada Faculdade de Direito de Ipatinga (Fadipa) em Minas Gerais.  Formou-se aos 97 anos e diz que quer ser útil a quem procurá-la.  Quer compartilhar conhecimento. Perguntada se idade é empecilho, ela responde em francês: "Paresse" (preguiça).  Acrescenta que sempre é possível aprender  mesmo que seja a conviver melhor com as pessoas. Veja  o vídeo disponibilizado na internet deste exemplo de vitalidade e determinação.

Primavera, Olegário Mariano

Jarra com margaridas e anémonas, Van Gogh, Paris 1887 Terra florida. Estação nova. Tanta Vida em redor. Ser fôlha quem me dera! Cada arbusto que vejo é uma garganta, Um grito de entusiasmo à Primavera! Bendito o sol que no alto céu flameja E desce fogo pelas serranias... O sol é um velho sátiro que beija Sôfregamente as árvores esguias. Anda, tonto pelo ar, espanejante, Umenxame fntástico de abelhas Que estonteadoramente paira diante De corolas e pétalas vermelhas. Vida para o trabalho! Ouve-se o côro Dos lavradores e das raparigas... Ondula ao sol, como um penhacho de ouro, A cabeleira fulva as espigas. Primavera! No teu aspecto antigo, Alucinante e triste muitas vêzes, Quando chegas pelo ar trazes contigo Calma e fartura para os camponeses. Dás arrepios fortes e desejos... Teu nome é seiva, é fôrça, é mocidade... A terra anda a clamar pelos teus beijos Que são sementes de fecundidade. (In Toda Uma Vida de Poesia, vol 1 ) (Nota: o blog manteve a g

Qual a Melhor Capa de Revista de 2014?

                                     Como sempre a contence a ANER, Associação Nacional de Ediktores de Revista está escolhendo a melhir capa do ano. Neste edição 19 capas estão concorrendo. São 16 de revista impressa e 3 de revista digital.                                      A votação está encerrada e o resultado vai ser vivulgado amanhã, mas você pode ver as concorrentes impressas aqui   e as digitais aqui . Minhas escolhidas são: Menu (Revista digital)                                   Mundo Estranho          

A Morte e o Lenhador, cordel

A MORTE E O LENHADOR Marcos Mairton   (adaptado da fábula de La Fontaine) Foi o francês La Fontaine Quem, certa vez, me contou A história de um homem Que pela morte chamou, Mas depois se arrependeu, Quando ela apareceu E perto dele chegou. Era um velho lenhador Que andava muito cansado Do fardo que, até então, Ele havia carregado. Um fardo que parecia Sempre e sempre, a cada dia, Mais incômodo e pesado. Estava velho e doente, Sentia o corpo doído. Maltratado pelo tempo, Seu semblante era sofrido. Seguia, assim, seu caminho, Atormentado e sozinho, Sempre sujo e mal vestido. Certa vez, ao fim do dia, Quando ia pela estrada, Para a choupana que então Lhe servia de morada, Foi obrigado a parar Um pouco pra descansar Da extensa caminhada. Trazia um feixe de lenha Que foi buscar na floresta. Largou a lenha no chão, Passou a mão pela testa, Maldizendo-se da sorte, Pensou: – É melhor a morte, Que uma vida que não presta. – Não consigo carregar Essa lenha tão pesada. Já não tenho mais saúd

A Droga Aniversariante: O Avesso dos Coroas, O Contrário dos Caretas.

                   Jovem, festejadíssimo ainda hoje,  A Droga da Obediência completou 30 anos de sua primeira edição no mês de agosto .   Lançado em 1984 o livro traz uma história ambientada num colégio . Um grupo de colegas que vão se reunindo e acabam por se denominarem Os Karas, enfrentam uma trama internacional liderada pelo sinistro Dr. QI que pretende testar uma droga de submissão e obediência em adolescentes de colégios de São Paulo. A Droga da Obediência   seria, segundo o autor, um livro único. No entanto o sucesso da aventura foi tamanho, ele recebeu tantas correspondências pedindo por outras aventuras e foi tão perguntado e recebeu tantas sugestões dos jovens leitores que aceitou o desafio e escreveu mais  4 livros.  Os Karas, Miguel,Crânio, Chumbinho e  Magri ficaram definitivamente na vida de crianças e jovens. O grupo de amigos foi, por certo, quem incentivou muita gente a ler.  Pedro Bandeira, através d'Os Karas  descobriu como chegar ao ponto de interesse

Mais Vendidos da Semana – Setembro 2014. 2

FICÇÃO   1 - Se Eu Ficar , Gayle Forman          2-       A Culpa é das Estrelas , John Green       3-       Quem é Você, Alasca ,  John Green    4-     4    A Seleção, Kiera Cass    5-       O Pequeno Príncipe , A.S.Exupéry NÃO FICÇÃO                                             1-     Getúlio 1945-1954,Lira Neto -                                    2-    O Diário de Anne Frank ,Anne Frank                                                                                                                        3- Sonho Grande ,Cristiane Correa -                     4-   Mentes Consumistas , Ana Beatriz Barbosa Silva                  5-       O Livro da Psicologia , Nigel Benson

Era Assim Séculos Atrás!

                                                  Toda língua modifica-se ao longo do tempo. Houve época em que uma palavra começava com duas consoantes,  almoço já teve acento, hoje nem sempre teve h, pai terminava com "e".   A forma de escrever do século XIV  ficou incompreensível pra nós. Para que você tenha uma ideia,t rago um poema escrito  nos anos 1400.   Cantiga de Amor do Rei de Leão e Castela Afonso X Ben ssabia eu, mha senhor Que, poys m'eu de vos partisse, que nunc' aveeria sabor De ren, poys vos eu non visse, Porque vos ssode a melhor Dona de que nunca oysse                             [homem falar Ca o vosso boo ssemelhar                              [sey que par Nunca lh'ome pod'achar E poys que Deus assy quis Que eu ss~~o tam alongado Que vos, muy bem ssede ffis Que nunca eu ssen cuydado Em viverey,ca ia Paris D'amor non foy tam coytado                             [nem tristam Nunca sopfrero tal affam

Segunda-feira poética: Mia Couto

Poema da despedida Não saberei nunca dizer  adeus Afinal, só  os mortos sabem morrer Resta ainda tudo, só  nós não podemos ser Talvez o amor, neste  tempo, seja  ainda cedo Não é este sossego que  eu queria, este  exílio de tudo, esta  solidão de todos Agora não  resta de mim o  que seja meu e  quando tento o  magro invento de um sonho todo  o inferno me vem à boca Nenhuma palavra alcança  o mundo, eu sei Ainda assim, escrevo