Passando pela ponte Maurício de Nassau, uma das várias que ligam o Recife Antigo ao bairro de Santo Antônio, encontrei com Joaquim Cardozo.
Ele dizia que não era bem um poeta, sua vida é que era cheia de hiatos de poesia.
Ah, você está me perguntando porque da foto da Igreja da Pampulha? Tudo bem: o poeta Joaquim Cardozo era engenheiro. Trabalhou com Oscar Niemeyer nas mais conhecidas obras do arquiteto aqui no Brasil.
" Não visualizo qualquer incompatibilidade entre poesia e a arquitetura. As estruturas planejadas pelos arquitetos modernos são verdadeiras poesias. Trabalhar para que se realizem esses projetos é concretizar uma poesia." (Joaquim Cardozo)
Soneto da Vinda
És a vida? És a morte? Ninguém sabe.
Ninguém! Mas sei que és bela, e sei, sorrindo;
Tão bela e feita para que surgindo
O mundo louve e a Natureza gabe.
Vida! Se és vida, a dor em ti não cabe.
Morte? Morte serias fim infindo.
Presumo que hás de vir antes do fim
do dia, antes que o dia todo acabe
Se queres vir, não tardes, sim, queres...
Se de mim pretendes, se a mim preferes
Não há mais razões, nem há mais confronto...
Esta é a hora de vir, a que convém;
Sem sombra, sem luar,sem sonhos, vem...
-É dia claro, claro, é azul em ponto.
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