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Mostrando postagens de setembro, 2012

Blogueira de férias

A blogueira vai entrar de férias no mês de outubro. As postagens não vão ser frequentes mas o blog não vai ficar totalmente parado. Algumas histórias e poemas entram automaticamente na minha ausência.   LivroErrante vai publicar   história de Alexandre, por isso hoje faço a apresentação dele e de como surgiram  seus casos mirabolantes sempre contados aos domingos e feriados. Apresentação de Alexandre e Cesária N o sertão do Nordeste vivia antigamente um homem cheio de conversas, meio caçador, e meio vaqueiro, alto, magro,já velho, chamado Alexandre. Tinha um olho torto e falava cuspindo a gente, espumando como sapo-cururu, mas isto não impedia que os moradores da redondeza, até pessoas de consideração, fossem ouvir as histórias fanhosas que ele contava. tinha uma casa pequena, meia dúzia de vacas no curral, um chiqueiro de cabras em roça de milho na vazante do rio. Além disso possuia uma espingarda e a mulher. A espingarda lazarina, a melhor espingarda do mundo, não menti

Crônica cantada: Sou Eu -Ivan Lins (Ivan Lins e Chico Buarque)

Na minha mão O coração balança Quando ela se lança No salão Pra esse ela bamboleia Pra aquele ela roda a saia Com outro ela se desfaz Da sandália Porém depois Que essa mulher espalha Seu fogo de palha No salão Pra quem que ela arrasta a asa Quem vai lhe apagar a brasa Quem é que carrega a moça Pra casa Sou eu Só quem sabe dela sou eu Quem dá o baralho sou eu Quem manda no samba sou eu O coração Na minha mão suspira Quando ela se atira No salão Pra esse ela pisca um olho Pra aquele ela quebra um galho Com outro ela quase cai Na gandaia Porém depois Que essa mulher espalha Seu fogo de palha No salão Pra quem que ela arrasta a asa Quem vai lhe apagar a brasa Quem é que carrega a moça Pra casa Sou eu Só quem sabe dela sou eu Quem dá o baralho sou eu Quem dança com ela sou eu Quem leva este samba sou eu Etc.

90 000 acessos!

Obrigada amigos!! LivroErrante ultrapassou os 90 000 acessos individuais.

Três Tesouros Perdidos, Machado de Assis

     Uma tarde, eram quatro horas, o sr. X… voltava à sua casa para jantar. O apetite que levava não o fez reparar em um cabriolé que estava parado à sua porta. Entrou, subiu a escada, penetra na sala e… dá com os olhos em um homem que passeava a largos passos como agitado por uma interna aflição.     Cumprimentou-o polidamente; mas o homem lançou-se sobre ele e com uma voz alterada, diz-lhe: — Senhor, eu sou F…, marido da senhora Dona E… — Estimo muito conhecê-lo, responde o sr. X…; mas não tenho a honra de conhecer a senhora Dona E… — Não a conhece! Não a conhece! … quer juntar a zombaria à infâmia? — Senhor!… E o sr. X… deu um passo para ele. — Alto lá! O sr. F… , tirando do bolso uma pistola, continuou: — Ou o senhor há de deixar esta corte, ou vai morrer como um cão! — Mas, senhor, disse o sr. X…, a quem a eloqüência do sr. F… tinha produzido um certo efeito, que motivo tem o senhor?… — Que motivo! É boa! Pois não é um motivo andar o senhor fazendo a corte à minh

Prêmio São Paulo de Literatura - 2012

Os vencedores da  5ª Edição  do Prêmio São Paulo de literatura, anunciados nesta segunda-feira no Museu da Língua Portuguesa, foram:   Bartolomeu Campos de Queirós: recentemente falecido, é o autor do melhor livro do ano o romance: Vermelho Amargo         Suzana Montoro, é psicóloga e autora do livro revelação do ano: Os Hungareses  

Modorra, Fred Matos

A qui não é de nevar mas faz frio quando troveja, quando vem ventania do mar ou se ela não quer namorar Então só me resta um consolo em noite assim modorrenta: fechar a conta do bar me enfiar na cama e sonhar que ainda não beiro os cinqüenta e que toda moça  bonita quer nos meus braços ficar até o dia raiar ou até acabar a tormenta. Anomalias Fred Matos Ano: 2002 (O blog manteve a grafia original)

Crônica cantada:Primavera, de Vinícius de Moraes e Carlos Lyra

O Casamento (brasileiro) do século

Gosto imensamente da Turma da Mônica e tenho até um personagem favorito: Chico Bento. Durante alguns anos fui assinante e lí  os gibis para meus filhos. Nem sei quem gostava mais, se eles ou eu mesma.  Lembro muito bem de algumas capas: Sgt.Pepers, por exemplo. Alguns diálogos de Rosinha... Tudo bem, eu sei que não tenho 10 anos!!  Sei também, e é isso que  mais me interessa, do imenso carinho que tenho pela Turma e por Maurício; mas eu gosto é dos personagens infantis mesmo. Entendo a necessidade, de alcançar outros públicos por isso fazê-los jovens, colocá-los em mangás etc. Mas eu não gosto. Quando vi a notícia do casamento de Mônica e Cebolinha, lamentei. Deixa estar, Maurício de Souza é quem decide, meus filhos cresceram e eu já vou ser avó. Encerrei a fase Turma da Mônica.  Que Cebola e a dentucinha sejam felizes.  Os noivos  não estão lindos?

Prêmio Jabuti - finalistas de 2012

Na edição de  2012 os três melhores livros de cada categoria serão escolhidos no dia 18 de outubro e  em 28 de novembro, serão conhecidos os dois melhores livros publicados em 2011 em Ficção e Não Ficção - eles ganham R$ 35 mil cada um. Leia mais clicando aqui.   Os vencedores de 2011 foram:  Laurentino Gomes com 1822 (Livro Reportagem)   Ainda não li este nem o anterior 1808, ambos estão na fila de esperam mas vão ser lidos.  Você já leu algum deles?    Ferreira Gullar com Em Alguma Parte Alguma  Ganhei ano passado e adorei; Ferreira Gullar surpreende e  encanta.

Terapia do Joelhaço, Martha Medeiros

Imagem: Pedro Uhart      Sentado em sua poltrona de couro marrom, ele me ouviu com a mão apoiada no queixo por dez minutos, talvez doze minutos, até que me interrompeu e disse: "tu estás enlouquecendo".      Não é exatamente isso que se sonha ouvir de um psiquiatra. Se você vem de uma família conservadora que acredita que terapia é pra gente maluca, pode acabar levando o diagnóstico a sério. Mas eu não venho de uma família conservadora, ao menos não tanto.      Comecei a gargalhar e em segundos estava chorando. " Como assim, enlouqueceu??"      Ele riu. Deixou a cabeça pender para um lado e me deu o olhar mais afetuoso do mundo, antes de dizer: "Querida, só existem duas coisas no mundo: o que a gente quer e o que a gente não quer".      Quase levantei da minha poltrona de couro marrom ( também tinha uma) para esbravejar: "Então é simples desse jeito? O que a gente quer e o que a gente não quer? Olhe aqui, dr. Freud (um pseudônimo para pr

Canto à Amada, Francisco Solano Trindade

Acabei de conhecer o poeta  pernambucano que este ano faria 104 anos. Compartilho, a partir de hoje, alguns poemas de Francisco Solano Trindade Eu tenho uns versos bonitos pra cantar pra minha amada sempre sempre desdobrada em beleza e formosura Ontem minha amada estava dentro da cara da Lua numa garota da rua no palhaço da folia Um dia vi minha amada nas águas do grande mar outra vez a encontrei num belo maracatu Numa canção ela estava num samba estava também estava numa boa pinga sempre está no meu amor Eu tenho uns versos bonitos pra cantar pra minha amada sempre sempre desdobrada em beleza e formosura. Nota: Francisco Solano está entre os autores do Circuito da Poesia. Sua estátua (foto) se encontra no Pátio de São Pedro. Imagem: Wikipedia (Arquivo Público Nacional)

Crônica cantada:Jessé - O Ilusionista, Carlinhos Vergueiro e J.Petrolino

Lançamentos da I Bienal Internacional do Agreste

Messala Ilda Sobral Editora do autor. Sinopse:Luigi consegue fazer sua tão sonhada viagem à Nova York onde passa o Natal e a Passagem de Ano, no meio de tanta festa Messala tem duas revelações, uma o deixa imensamente feliz e a segunda o leva a uma caçada. O retorno a Roma lhe reserva o inesperado,seu namoro com Messala sofre o primeiro abalo com a presença de Pietro Murena em sua vida, ao mesmo tempo, Octávia finalmente desvenda o mistério da sua família e consegue prender, com a ajuda de Sully e Paolo, o agressor de Luigi.   Messala também pode ser encontrado como e-book Hyacinthe Ilda Sobral Sinopse : Morando numa pequena cidade da Calábria, Luigi Asprenatte muda-se para Roma para um teste na Associação Esportiva Aventina, tendo sido descoberto por Quintus Julius Messala, zagueiro e capitão do time, por acaso em uma viagem de férias. Aí começa uma mudança que Luigi nunca esperou em sua vida, transforma-se em ídolo da torcida da Aventina e apaixona-se por Messala que a

I Bienal Internacional do Livro do Agreste 2012- GaranhunsPE

 Conheça  a cidade de Garanhuns e visite a I Bienal Internacional do Livro do Agreste. Veja a programação clicando aqui

Envelheci, Regina Porto

     Minhas mãos não são delicadas e, neste momento, nem pintei as unhas.     Olhando para elas vejo manchas que chamo de sardas para creditar ao castigo do sol sobre a pele muito branquinha, a inexorável passagem do tempo. Envelheci.     Aos vinte anos, quando tudo era bonito, inclusive as mãos, fazer 50 era tão distante até parecia jamais chegar.. Chegou. Passou e é bom.      Para minha surpresa não detesto ter envelhecido. Deixar de por rímel porque tenho de tirar os óculos e, tirando, não enxergo meus cílios; ter de esquecer umas roupas que me caiam tão bem, porque a barriguinha resiste bravamente; fios brancos em meus cabelos e a imensa dificuldade de lembrar o nome daquele ator, que fez não sei qual filme com aquela atriz bonita... Nada disso incomoda.     A gente envelhece aos poucos que é para, tanto quanto possível, adaptar a mente à casa e a vida.    O rímel não me faz falta. Ficou o batom.   Não fiz faculdade, não tenho, portanto, uma profissão. Minhas mãos só

Haverá o Dia, César Feitoza

Haverá um dia em que as flores do nosso jardim murcharão Por falta de água ou amor ou os dois E este jardim apenas existirá na minha memória pois Dele veio o nosso mais belo fruto Um rebento forte, inteligente e arguto Que prova ao mundo que o jardim não terá sido em vão. Haverá um dia em que o teu cheiro Será apenas como o cheiro de alguém na rua E que a silhueta do teu corpo inteiro Jazendo nu em meio à cama nua Será apenas um passado distante De alguém que um dia se fez teu amante Haverá um dia em que o lirismo, a dor e a poesia Não rimarão mais o amor, você e eu Não haverá sofrer e tampouco fantasia Como alguém que era cego e agora via Como um músico que tocasse com maestria E percebesse então um dia que seu público morreu Haverá um dia em que Montenegro, Russo ou Belchior Ou mesmo Chico “trocando em miúdos” Não farão mais sentido como fazem agora E ao cantar não me deixarão mudo Por que para cada arrebol tem uma aurora

Crônica cantada:Retrato da Vida,de Dominguinhos, com Djavan

Esse matagal sem fim Essa estrada, esse rio seco Essa dor que mora em mim Não descansa e nem dorme cedo O retrato da minha vida É amar em segredo Não quer saber de mim E eu vivendo da tua vida Deus no céu e você aqui A esperança é quem me abriga Esses campos não tardam em florir Já se espera uma boa colheita E tudo parece seguir Fazendo a vida tão direita Mas e você o que faz Que não repara no chão Por onde tem que passar E pisa em meu coração? O teu beijo em meu destino Era tudo o que eu queria Ser teu homem, teu menino O ser amado de todo dia.

Vote! artigo de Raquel de Queiroz

     “Não sei se vocês têm meditado como devem no funcionamento do complexo maquinismo político que se chama governo democrático, ou governo do povo. Em política a gente se desabitua de tomar as palavras no seu sentido imediato. No entanto, talvez não exista, mais do que esta expressão nenhuma nas línguas vivas que deva ser tomada no seu sentido mais literal: governo do povo. Porque, numa democracia, o ato de votar representa o ato de fazer o governo.      Pelo voto não se serve a um amigo, não se combate um inimigo, não se presta ato de obediência a um chefe, não se satisfaz uma simpatia. Pelo voto a gente escolhe, de maneira definitiva e irrecorrível, o indivíduo ou grupo de indivíduos que nos vão governar por determinado prazo de tempo.      Escolhem-se pelo voto aqueles que vão modificar as leis velhas e fazer leis novas - e quão profundamente nos interessa essa manufatura de leis! A lei nos pode dar e nos pode tirar tudo, até o ar que se respira e a luz que nos alumia

Andorinha, Olegário Mariano

A frescura do céu baixou com a tarde calma, Penetrou pouco a pouco os meus sentidos ... Vejo Em cada boca estuar a volúpia de um beijo, Arder em cada corpo a chama do desejo E um frêmito passar vibrando de alma em alma... Voa, chilreando, louca, uma inquieta andorinha. Cruza o céu, desce à tona azul da água apressada, Pousa num fio telegráfico da rua - Dá-me um pouco de sol! eu que não tenho nada, Preciso de aquecer a minh'alma na tua.            Andorinha! Andorinha! Tens em meu coração tua melhor morada... Mas és outro e afinal bem podias ser minha! (Do livro: O Enamorado da vida -1937) Leia sobre o autor clicando aqui . Leia poema de Olegário Mariano clicando aqui

Seleção infantil na Bienal de São Paulo

Na Bienal do Livro de SP, as crianças  escolhem, leem e fazem seus comentários "Viveiro de Pássaros" (ed. Rocco) O livro "Viveiro de Pássaros", de Braguinha, fala de muitos pássaros que são presos por um homem chamado Manduca e seu filho Pinduca. Eles viviam tristes num grande viveiro e quando chegou um pica-pau-de-penacho, os bichos ficaram alvoroçados. O pica-pau queria ajudar os passarinhos e bolou muitas ideias como: eles pararam de cantar, pararam de comer. Tentaram de tudo, até que fizeram um acordo com um gato que os ajudou a conquistar a tão esperada liberdade. Acho que todos têm direito de viver livres. Leo Rybka (9 anos) comenta: Gostei deste livro porque me lembrou um versinho que meu avô Petro fez quando meu pai era pequeno e ele sempre cantarolava para mim: Passarinho Canarinho seu bonito canto, come e bebe pequenino e não chora tanto. Como beber, como comer, tenho saudade do mato. Vivo preso na gaiola, tenho medo do gato. *