Leio enquanto espero minha vez de ser atendida em consultório e minha leitura sendo A Tecelã de Sonhos, dou boas risadas. Como não passei despercebida porque a sala de espera é minúscula e o riso é frequente, Aida, sentada à minha frente se mostra curiosa. Mostro o que me faz rir, cito outro livro da autora e a conversa está entabulada, que mulher é muito boa nisso. Puxa, como a gente fala! Descobrimos o quanto e como lemos e nisso já entraram na conversa outra cliente e a simpática atendente do dentista. Mais conversa e ela anota o nome deste e de outro livro que sugeri e está na minha lista exposta neste blog. Ela me sugere: A Última Grande Lição de Mitch Albom. Me fala que existe o filme mas tendo lido não quis correr o risco de achar que o filme não fez jus ao livro. Concordo que escolho apenas um, cinema ou leitura, pela mesma razão. Mais conversa, e o assunto já é neto... com alguns intervalos de silêncio coletivo. Aida, simpaticíssima e solícita, depois de conhecer o que é a comunidade LivroErrante, gostou da ideia de não deixar livro parado e, gentilmente, comprometeu-se a emprestar o livro A Última Grande Lição para mim. Trocamos telefones e ela hoje deve ter deixado o exemplar com Catarina e eu vou pegá-lo na próxima sexta feira, quando voltar ao consultório. Pelo combinado, terminada a leitura,devolvo no consultório do dentista. O que faz um bom livro aliado a umas boas risadas!
A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços. A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa. O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito. Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um di
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