Pular para o conteúdo principal

Caminho Suave,A Cartilha de 30 Milhões de Brasileiros

Conheça a cartilha escolar que alfabetizou mais de 30 milhões de brasileiros



Cada letra ou sílaba é associada a um desenho para a memorização.
Como ensinar os pequenos a escrever bola, pato ou babá? A cartilha "Caminho Suave" (Edipro, 2010) orienta os professores e os pais a tornarem o aprendizado das crianças divertido e tranquilo. O volume já alfabetizou mais de 30 milhões de brasileiros e chega agora à 129ª edição, com as atualizações do Novo Acordo Ortográfico.


Desde o lançamento, foram vendidos cerca de 40 milhões de exemplares. A autora e educadora Branca Alves de Lima -que escreveu a obra em 1948 - criou o método visual na cartilha, na qual cada letra ou sílaba é associada a um desenho.
A imagem de duas crianças sorridentes de mãos dadas seguindo o caminho para a escola pertence à memória dos brasileiros com mais de 30 anos. Outro símbolo marcante do livro é a letra "g" desenhada como um gato.


As ilustrações da cartilha foram usadas por mais de três décadas como principal suporte à alfabetização no país. A rede pública de ensino adotou "Caminho Suave" e a "Cartilha Sodré" nas décadas de 1940 e 50.

A educação pela cartilha teve início por volta do século 19. No Brasil, as primeiras eram escritas e publicadas em Portugal. O "Metodo Castilho para o Ensino Rápido e Aprazível", de Antonio Feliciano de Castilho, foi o primeiro volume a chegar ao país, e a "Cartilha Proença", de Antonio Firmino de Proença, uma das primeiras a serem lançadas aqui, em 1926.


(Matéria da Folha de São Paulo -21/04/2010)

Comentários

  1. As duas tem valor no contexto da época, mas são feitas com textos irreais, visando apenas a memorização das letras e sílabas.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

comentários ofensivos/ vocabulário de baixo calão/ propagandas não são aprovados.

Postagens mais visitadas deste blog

A Beleza Total, Carlos Drummond de Andrade.

A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços. A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa. O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito. Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um di

Mãe É Quem Fica, Bruna Estrela

           Mãe é quem fica. Depois que todos vão. Depois que a luz apaga. Depois que todos dormem. Mãe fica.      Às vezes não fica em presença física. Mas mãe sempre fica. Uma vez que você tenha um filho, nunca mais seu coração estará inteiramente onde você estiver. Uma parte sempre fica.      Fica neles. Se eles comeram. Se dormiram na hora certa. Se brincaram como deveriam. Se a professora da escola é gentil. Se o amiguinho parou de bater. Se o pai lembrou de dar o remédio.      Mãe fica. Fica entalada no escorregador do espaço kids, pra brincar com a cria. Fica espremida no canto da cama de madrugada pra se certificar que a tosse melhorou. Fica com o resto da comida do filho, pra não perder mais tempo cozinhando.      É quando a gente fica que nasce a mãe. Na presença inteira. No olhar atento. Nos braços que embalam. No colo que acolhe.      Mãe é quem fica. Quando o chão some sob os pés. Quando todo mundo vai embora.      Quando as certezas se desfazem. Mãe

Aprenda a Chamar a Polícia, Luis Fernando Veríssimo

          Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro.                   Como minha casa era muito segura, com  grades nas janelas e trancas internas nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali,espiando tranquilamente. Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço. Perguntaram- me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa.            Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível. Um minuto depois liguei de novo e disse com a voz calma: - Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guard