Filóloga cubana de 34 anos uma das pessoas mais influentes do mundo, segundo revista Time, é na atualidade uma das blogueiras mais acessadas. A autora do livro "De Cuba Com Carinho, mostrado e recomendado neste blog em postagens anteriores, desde maio não precisa mais entrar disfarçada nos hotéis a que ia em busca de acesso à internet, luxo distante da realidade local. Yoani Sánchez escreve em um laptop ( premio ganho como dona do melhor blog), salva os textos e os envia por e-mail para amigos no exterior. O blog é atualizado por eles.Voluntários simpatizantes da liberdade de expressão mantem versões traduzidas de seu blog,em português e outras línguas.
Yoani nunca teve permissão para sair do país para receber pessoalmente os prêmios que lhe foram concedidos. Nem pode vir ao Brasil para o lançamento do livro De Cuba Com Carinho, lançado pela Contexto em outubro.
AGRESSÃO ( do estadão)
O reconhecimento conquistado por seu trabalho, que, apesar do grande número de apoiadores também recebe críticas, como do ex-presidente Fidel Castro, não lhe garante uma vida muito melhor em Cuba.
No último dia 6, Yoani conta que foi abordada e agredida por dois agentes cubanos, quando ia, com outros blogueiros, para uma pequena marcha contra a violência em Havana. Teve ferimentos na lombar e passou alguns dias andando de muletas.
Aos críticos afirma que “a televisão, o rádio e os jornais oficiais já fazem o trabalho de falar bem de Cuba. Não teria motivo, portanto, de fazer o mesmo”. E pondera: “Preciso mostrar o outro lado, mas não sou dona da verdade”.
A verdade que os textos de Yoani revela é a de um país em frangalhos (“um capitalismo de Estado”, resume), de um governo ineficiente e das consequências do embargo norte-americano. Suas crônicas mostram, entre muitas outras coisas, que em oposição a tudo que é proibido no país há um forte mercado negro, que ao contrário do costumeiramente repetido a educação e a saúde não vão mais tão bem por lá.
Há um componente fortemente político nos prêmios que recebe, não há dúvida. Isso, no entanto, não tira a relevância da sua manifestação. Yoani vive de trabalhos como guia turística, tradutora e professora de espanhol para estrangeiros.E afirma: “Não me considero opositora, nem tanto dissidente. A história que vivo todos os dias é que nega o discurso oficial”. Yoani não sabe o que deve vir depois da era iniciada há 50 anos com a Revolução Cubana. “Sei, no entanto, que as coisas não podem continuar como estão”.
Trechos do livro:
“Para evitar endeusamentos e futuras crucificações, deixo claro em uma das páginas que o meu blog é um exercício pessoal de covardia: dizer na rede tudo aquilo que não me atrevo a expressar na vida real”.
“Meus textos são passionais e subjetivos, cometo o sacrilégio de usar a primeira pessoa do singular e meus leitores sabem que só falo daquilo que vivi”.
“meus textos fazem o que eu não poderia: mover-se e expressar-se livremente”.
De Cuba, Com Carinho (trad. de Benivaldo Araújo e Carlos Donato Petroni Jr.,
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