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Morri, poema de Jalal ud-Din Rumi

Morri como mineral,
e tornei-me planta.
Morri como planta,
e surgi como animal.
Morri como animal,
e sou humano...

Por que ter medo?
O que perdi ao morrer?
Mas de novo vou morrer como humano,
para voar com os anjos, abençoado.

E mesmo como anjo, terei de morrer.
Todos perecem, menos Deus...
Quando eu tiver sacrificado
a minha alma de anjo,
me tornarei
o que a mente sequer concebe!

Ah! Que eu não exista!
Pois a não-existência proclama,
como um órgão,
que para Ele voltaremos.

Tradução: Jorge Pontual

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