principalmente
as que estiveram muito perto,
como uma
respiração,
e não
reconheci,
ou
desistiram e
partiram
para sempre,
deixando no
poema uma espécie de mágoa
como uma
marca de água impresente;
as que
(lembras-te?) não fui capaz de dizer-te
nem foram
capazes de dizer-me;
as que calei
por serem muito cedo,
e as que
calei por serem muito tarde,
e agora, sem
tempo, me ardem;
as que
troquei por outras (como poderei
esquecê-las
desprendendo-se longamente de mim?);
as que
perdi, verbos e
substantivos
de que
por um
momento foi feito o mundo
e se foram
levando o mundo.
E também
aquelas que ficaram,
por cansaço,
por inércia, por acaso,
e com quem
agora, como velhos amantes sem
desejo,
desfio memórias,
as minhas
últimas palavras.
Muito bonito!
ResponderExcluirQue bom texto-poema.E ainda tem aquelas que fogem.Quando não querem ser citadas, as palavras fogem.
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