Voltar a ti, ó terra estremecida,
E ver de novo, à doce luz da aurora,
O vale, a selva, a praia inesquecida,
Onde brincava pequenina outrora;
Ver uma vez ainda essa querida
Serra Dourada que minh'alma adora;
E o velho rio, o Cantagalo, a ermida,
Eis o que sonho unicamente agora.
Depois… morrer fitando o sol no poente,
Morrer ouvindo ao desmaiar fagueiro
Da tarde estiva o sabiá dolente.
Um leito, enfim, bordado de boninas,
Onde dormisse o sono derradeiro,
Sob essas verdes, plácidas colinas.
Sobre a autora:Conforme
alguns autores, teria nascido em Caldas Novas (GO), em 08.08.1889, mas
teria adotado Jataí como sua cidade natal (1891). Estudou no Colégio
Santana, de Goiás Velho. Leodegária foi criada em Jataí, onde colaborou
com a imprensa, passando por outros estados como Espírito Santo, São
Paulo, Rio de Janeiro e Amazonas. Um de seus escritos poéticos que foi
intitulado “Voo cego” chegou a ser reproduzido e comentado por Joaquim
Osório Duque Estrada. Foi uma das redatores do jornal “A Rosa” ao lado
de Cora Coralina, em 1907. Depois de passar por várias cidades goianas,
mudou-se para Minas Gerais. Faleceu em Belo Horizonte (MG) em
12/07/1978. Escreveu, entre outros livros, Orquídias (1928), Coroa de lírios (1906). Foi criteriosamente estudada por Basileu Toledo França, no livro Poetisa Leodegária de Jesus; e por Darcy França Denófrio em Lavra dos Goiases III — Leodegária de Jesus.
Fonte: Antônio Miranda
A editora dialética lançou em 2021 o livro: A lírica de Leodegária
ResponderExcluirBom saber. Obrigada.
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