Amor não é racista..." — Ela dizia,
Ao seu peito, nervosa, me apertava,
Ao meu peito, nervoso, eu lhe prendia.
Era noite na praia. Ninguém via
Aquele par que se beijando estava...
Nos braços do cristão — ela sonhava!
E eu sonhava — nos braços da judia!
No templo azul daquela noite calma
Eu lhe dei uma Pátria, na minh'alma,
E ela deu-me, em su'alma, a Canaã...
Desde então o racismo se inverteu:
— Vivo pensando que fiquei judeu,
E ela jurando que ficou cristã!
Centenário Rogaciano Leite - facebook
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