A vida que passa na rua é história que não vejo A palavra é código, mistério, sem solução, sem remédio A solidão dói na alma Que língua é essa que fala a multidão no meu tédio? Tua ausência faz de mim um país estrangeiro O medo de voar é maior do que a ânsia de tocar as estrelas A própria face se perde na imensidão dos espelhos Que mundo é esse que enxergo na escuridão do degredo? Que rumo é esse que traçam os seres extraterrenos? Que punhal o que me corta, dilacerando-me o peito? Que fogo é esse que arde e me consome por inteiro? Tua ausência faz de mim um país estrangeiro. (Recife, 20 de fevereiro de 1996) Nota: texto e imagem foram gentilmente cedidos por Lêda Rivas