Chave Yale, duas voltas para a esquerda.Nada, a porta está trancada por dentro. Toca. Meia hora depois a empregada abre.
Esperta, essa empregada. Entra. Dá quatro passos para a frente, depois à esquerda mais cinco à frente. Até este ponto conhece o caminho de cor. À direita há uma réstia de luz. É a janela, pensa. E ouve a voz da mulher que o chama. Hesita, gostaria de ar, mas convém primeiro cumprimentar a mulher. Tentará encontrá-la pela voz. Chamam-se . Ele segue à direita até a primeira bifurcação. Vira à esquerda. O corredor é longo, escuro,o cheiro de mofo lhe diz que avança na direção errada. Recua tentando recuperar os próprios passos. Mas chega a uma rotunda por onde não havia passado, e sabe que mais uma vez perdeu o rumo. O vento encanado muge e silva, bufido mais selvagem que sua respiração ofegante. A esmo escolhe um caminho. Agora avança apressado, sem refletir, farejando o ar que aos poucos se faz mais leve. Dobra à esquerda, à direita, logo recua. Dá mais alguns passos. Até ver aproximar-se a luz, e inesperadamente esbarra na janela.
Um dia, pensa abraçando a
mulher, ainda aprenderá a mover-se no labirinto de sua própria casa.
( A morada do ser, Ed.Record,2004)
( A morada do ser, Ed.Record,2004)
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