Kamili é o
nome de uma adolescente nigeriana filha de pai praticante de um cristianismo
absurdo, que se resume em culpa e pecado. Nessas condições que somadas à
exacerbada vaidade do pai, rico industrial nigeriano, que precisa em tudo e
sempre se apresentar como melhor e
perfeito, vivem Kamili e sua pequena família.
O livro é
narrado por Kamili.
A adolescente conta a vida de sua família que não tem preocupações
financeiras e que vive unicamente de
seguir regras pré- estabelecidas para
estudar, ler, ouvir música frequentar a igreja.
A jovem, pelo fato de não ter um mínimo de
liberdade e convívio com outras pessoas fora da família ou colégio
(religioso) vê seu cotidiano com
inocência e resignação. Não tem noção
real do que se passa com sua mãe quando esta aparece com olho marcado, por exemplo.
Chimamanda, de forma brilhante vai levando
o leitor a ver os atos agressivos do pai
de Kamili nos pequenos detalhes desde o início da narrativa. O livro escancara a vida insegura e a corrupção na Nigéria. Em alguns
detalhes nós brasileiros podemos ver semelhança entre os dois países.
Eugene, o pai
de Kamili, é dono do jornal mais crítico do país e é também um benfeitor. No entanto, é uma pessoa que rejeita o pai
por não ser cristão e a irmã por não ter a mesma linha religiosa dele e espanca
a filha porque esta dormiu na mesma casa em que um pagão (o próprio pai)
dormiu.
Para mim foi
uma leitura impactante. Me levou a pensar nas mulheres,e são tantas, que
ainda estão presas a regras religiosas,
submetidas a maridos (ou líderes) opressores, dependência econômica, violência
de toda e qualquer espécie.
A autora,
Chimamanda Ngozi Adichie, me surpreendeu maravilhosamente. Escreve simples e claramente. Vai dando as informações sutilmente nos
detalhes e o leitor vai acumulando os fatos de forma que
chega ao final como a mãe de Kamili, carregada de motivos.
Costumo ler um
livro imediatamente após outro, porém
estou sem ler nada há uma semana tal foi o impacto que Chimamanda me causou.
Hibisco Roxo
foi o melhor livro que li em 2015.
Recomendo a todos.
Obras da autora:
Meio sol amarelo (Cia da letras,2008 )
Americanah (Cia das letras,2014)
Sejamos todos feministas (Cia das letras,2015)
Meio sol amarelo adaptação para o cinema, numa produção da Nigéria e Reino Unido lançado em setembro de 2013.
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