Há algum tempo este blog dedicou-se a publicar Olegário Mariano, poeta pernambucano esquecido na próprio estado. Antes de ontem, um internauta me cobrou material de Austro Costa. Foi quando descobri que dele só conhecia um poema que é praticamente o único (pouco) divulgado. Perplexa com mais esse esquecimento, me comprometi em publicar o autor.
Capibaribe, meu rio,
espelho do meu sonhar
quero fazer-te o elogio,
mas penso: Se te elogio,
é a mim que estou a elogiar...
Capibaribe, meu rio,
espelho do meu sonhar...
Meu velho Capibaribe
meu irmão de sonho e amor...
..............................................
Capibaribe, meu rio,
Que vida levamos nós!
tu corres: eu rodopio...
E há quarenta anos a fio:
sempre juntos - e tão sós!
Capibaribe, meu rio,
que vida levamos nós!
Mas sabe Deus a constância
com que sofreste e eu sofri,
para, vencida a distância,
vermos quão cega foi a ânsia
com que sofreste e eu sofri...
Capibaribe, meu rio,
vinhas de longe a correr.
- Aonde vais, poeta vadio?
E ouvindo o meu desafio,
paraste para me ver...
Capibaribe, meu rio,
vinhas de longe a correr...
Paraste... e, logo, nascia
em mim a doida ambição
de seguir-te... Até que um dia,
fiz a enorme tropelia
de abandonar meu rincão!
Paraste... e, logo, nascia
em mim a doida ambição...
Capibaribe, meu rio,
tal chegaras, tal cheguei...
Mercê do Fado sombrio,
tudo sofri, mas com brio:
sem dizer “Aqui-del-Rei!...”
Capibaribe, meu rio,
tal chegara, tal cheguei!
Por te ouvir, que triste engano,
Capibaribe!... Que horror!
Que destino inglório e insano!
Tu corrias para o Oceano,
eu corria para o Amor...
Por te ouvir, que triste engano!
Triste, mas encantador...
mas penso: Se te elogio,
é a mim que estou a elogiar...
Capibaribe, meu rio,
espelho do meu sonhar...
Meu velho Capibaribe
meu irmão de sonho e amor...
..............................................
Capibaribe, meu rio,
Que vida levamos nós!
tu corres: eu rodopio...
E há quarenta anos a fio:
sempre juntos - e tão sós!
Capibaribe, meu rio,
que vida levamos nós!
Mas sabe Deus a constância
com que sofreste e eu sofri,
para, vencida a distância,
vermos quão cega foi a ânsia
com que sofreste e eu sofri...
Capibaribe, meu rio,
vinhas de longe a correr.
- Aonde vais, poeta vadio?
E ouvindo o meu desafio,
paraste para me ver...
Capibaribe, meu rio,
vinhas de longe a correr...
Paraste... e, logo, nascia
em mim a doida ambição
de seguir-te... Até que um dia,
fiz a enorme tropelia
de abandonar meu rincão!
Paraste... e, logo, nascia
em mim a doida ambição...
Capibaribe, meu rio,
tal chegaras, tal cheguei...
Mercê do Fado sombrio,
tudo sofri, mas com brio:
sem dizer “Aqui-del-Rei!...”
Capibaribe, meu rio,
tal chegara, tal cheguei!
Por te ouvir, que triste engano,
Capibaribe!... Que horror!
Que destino inglório e insano!
Tu corrias para o Oceano,
eu corria para o Amor...
Por te ouvir, que triste engano!
Triste, mas encantador...
A partir de 23 de março o blog vai trazer outros poemas e divulgar Austro Costa
Imagens: Regina Porto - se copiar, queira dar o devido crédito.
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