Quando éramos crianças fazíamos aquela brincadeira das palavras difíceis: diga paralelepípedo! Fale incostitucionalissimamente!
Enrolávamos a língua para articular
oftalmotorrinolaringologista. Recentemente me deparei na internet com esta palavra gigantesca:
pneumoultramicrolascouscopicossilicovulcanoconiótico. Ok, essa palavra nem existe. É uma palavra, digamos, fictícia, mas parece que consta em algum dicionário por aí.
oftalmotorrinolaringologista. Recentemente me deparei na internet com esta palavra gigantesca:
pneumoultramicrolascouscopicossilicovulcanoconiótico. Ok, essa palavra nem existe. É uma palavra, digamos, fictícia, mas parece que consta em algum dicionário por aí.
Desses citados, o vocábulo mais familiar é o oftalmotorrinolaringologista, ou, o mais usual, otorrinolaringologista, que designa o médico especialista em nariz, ouvido e garganta, comumente chamado de otorrino. Foi esse profissional, o otorrino, que eu procurei na semana passada para examinar o um nó na garganta.
Expliquei a situação:
- Doutor, tenho uma bola na garganta. Não desce e nem sobe,
tampouco dói. Também não atrapalha quando me alimento, mas a bola está ali, doutor, como um nó. Não um nó de marinheiro, ou de escoteiro. Parece mais um nó simples, cego, miúdo. Mas incomoda como gravata apertada, doutor.
tampouco dói. Também não atrapalha quando me alimento, mas a bola está ali, doutor, como um nó. Não um nó de marinheiro, ou de escoteiro. Parece mais um nó simples, cego, miúdo. Mas incomoda como gravata apertada, doutor.
Falando em gravata, o senhor sabia que existem mais de mil
tipos de nó de gravata? E eu que não sei fazer nem
unzinho?! Por isso digo que o meu nó na garganta é o de meia volta, esse que qualquer criança sabe fazer.
tipos de nó de gravata? E eu que não sei fazer nem
unzinho?! Por isso digo que o meu nó na garganta é o de meia volta, esse que qualquer criança sabe fazer.
Dito isso, o médico me mostrou uma cadeira e pediu que me acomodasse nela. Como bom profissional, examinou meu nariz e ouvidos, já que ele era um otorrinolaringologista.
Terminada essa etapa que incluiu uma faxina completa, ele me indicou outra cadeira, essa ao lado de uma TV antiga, um videocassete (isso mesmo, um aparelho de VHS) e um apetrecho que não sei dizer o nome. Com um guardanapo de papel ele puxou minha língua até quase arrancá-la e com a outra mão introduziu goela abaixo uma haste com uma
lente na extremidade. Pediu que eu cantasse com ele o A E I O U solfejando de Dó a Sol em duas oitavas. Lá pelo Mi eu já estava quase regurgitando. Então relaxávamos por alguns segundos e repetíamos o dueto mais uma vez.
Terminada essa etapa que incluiu uma faxina completa, ele me indicou outra cadeira, essa ao lado de uma TV antiga, um videocassete (isso mesmo, um aparelho de VHS) e um apetrecho que não sei dizer o nome. Com um guardanapo de papel ele puxou minha língua até quase arrancá-la e com a outra mão introduziu goela abaixo uma haste com uma
lente na extremidade. Pediu que eu cantasse com ele o A E I O U solfejando de Dó a Sol em duas oitavas. Lá pelo Mi eu já estava quase regurgitando. Então relaxávamos por alguns segundos e repetíamos o dueto mais uma vez.
Terminado o desconfortável exame, mostrou-me o vídeo. Não achamos nenhum nó.
No entanto,conheci de perto a minha úvula e a epiglote. Não pudemos visualizar as cordas vocais – que a gente sabe que são, na verdade, pregas. Talvez nelas esteja esse nó. Não me admiraria nada.
Do jeito que entoei as vogais com meio metro de língua de fora, vou ficar um bom tempo sem conseguir pronunciar
pneumoultramicrolascouscopicossilicovulcanoconiótico
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