Romance policial: eis o tipo de livro que nunca me atraiu. Mas acontece que conheci Pepetela numa entrevista concedida à Globo News e o autor me chamou a atenção. Na ocasião ele contou que em Angola tinham mais acesso à literatura brasileira que a da colônia (como refere-se a Portugal). Conheceu Graciliano Ramos e Jorge Amado e, surpresa, a Revista O Cruzeiro!! Pepetela é bem calmo, articulado, culto e de humor fino. Resolvi conhecê-lo e comprei A sul, o Sombreiro que ainda não li. Depois, comprei em sebo O Cão e Os Caluandas que achei muito bom e emprestei. Ganhei no natal, Jaime Bunda, o detetive.
Primeiro romance policial de Pepetela e minha estreia no gênero. Valeu! Jaime é estagiário de detetive e tem esse apelido desde a juventude, porque tem um traseiro avantajado. Age seguindo ensinamentos adquiridos em livros. Sem conhecimentos técnicos, um tanto infantil e com semelhante físico é desacreditado no meio pra onde é designado. Jaime Bunda é incumbido de desvendar um caso que acaba levando-o a outros caminhos o que leva o detetive a ser exitoso em algo que ele não previa.
O livro é satírico e bem escrito a ponto de prender o leitor numa história simples. Pepetela, poe a corrupção, a pobreza e o atraso do pais na sua história, usando de sutileza e humor. Esse detetive, que eu vejo com um pouco do "Vampiro Brasileiro", de Chico Anísio, acaba no segundo volume: Jaime Bunda e a Morte do Americano. Vale a pena a leitura. Recomendo e disponibilizei o exemplar para os integrantes do grupo de leitura LivroErrante.
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