Em meu quarto eu estava tão demente
Numa tarde sem ter o que fazer
Em você eu pensei tão docemente
E sobre o que eu queria te dizer
Sobre como eu, matuto, poderia
Declarar de uma vez o que eu sentia
Dei por mim: só faltava o que e o quando
Pois o como seria versejando
Um rimar matutando o que é você
Você é caminhão de tripa assada
Com mais duas carretas de farinha
Você é acordar de manhãzinha
Escutando o cantar da passarada
Você é o amor de madrugada
Provocando a insônia dos amantes
Você é o fervor dos viajantes
A buscar o abraço da chegada
Você é comer queijo e mel de engenho
Sob a fresca sombrura do umbuzeiro
Você é projeção mental do cheiro
Da lembrança mais bela que eu tenho
Você é a alegria em cor brejeira
Morenando demais meus pensamentos
Você é a tristeza em meus lamentos
Como um pátio vazio ao fim da feira
Você é sussurrar bem de mansinho
Num ouvido palavras de amor
Você é o cantar do aboiador
Indicando à boiada o caminho
Você é meu calor no inverno frio
Chuvarada na terra esturricada
Saparia cantando na invernada
De paixão é sentir o arrepio
Você é querer bem de bem querente
Cafungado fungado no cangote
Você é a razão desse meu mote
És de mim tão igual e diferente
Você é a lapada com caldinho
Que eu tomo pensando em você
É paixão que acalento sem querer
Pois não queres seguir o meu caminho
Você é tudo aquilo que eu diria
E não disse talvez por esquecer
Você é meu espelho em outro ser
Espelhando de bom o que eu queria
Você é histeria e é prazer
Ao se ver à primeira vez o mar
Sua luz me inspira a rimar
Um rimar matutando o que é você.
Agradeço a colaboração do professor César Feitoza que me enviou esta poesia.
Agradeço a colaboração do professor César Feitoza que me enviou esta poesia.
Que bela declaração de amor! Ótima postagem Regina, beijinhos, Ladyce
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