A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços. A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa. O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito. Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um di
Lindo!
ResponderExcluirÉ de Drummond?
Beijos!
Siiiiiiiiiiiiiiiiiiiim é dele!
ResponderExcluirOlá! Obrigado pela visita ao Rabiskey! Vendo o poema do Drummond, devo confessar que não sabia tê-lo parafraseado em minha postagem. Também gostei muito do seu blog, e que ironia: eu uso palavras para emoldurar meus desenhos e você usa imagens para emoldurar palavras...
ResponderExcluir