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Desafio do Facebook: 7 Dias 7 Capas de Livros Que Impactaram

Recebi de Letícia (MG) o desafio de postar durante 7 dias, a capa de 1 livro que tenha sido muito importante para mim.  Dia 1:  Pai Patrão, de Gavino Ledda . 

Livro e autor estão neste blog numa postagem de 2009.

Gavino Ledda (Sigilo, Sassari, 1938) hoje prefere ser chamado de Gaínu de sos Agues (Gavino dos Ágües, referência a um povo que habitou que habitou a Sardenha durante a idade do Bronze). Filho de um pequeno proprietário rural, escreveu como pastor no interior da ilha. Analfabeto até perto de seus vinte anos, resolveu estudar e mudar o rumo de sua vida. Formou-se em lingüística em 1961, em Roma. Pai patrão, seu primeiro romance (1975), narra em primeira pessoa a infância usurpada de um menino que é obrigado a deixar a escola com 6 anos de idade para ajudar o pai no patoreio e na lavoura. A dura vida do campo e a luta pela construção de uma personalidade independente são narradas com extrema pujança entremeada por poéticos momentos de contato com a natureza da Sardenha, ela própria um personagem. A trajetória levará o garoto a buscar, como pode, alfabetizar-se, aprender italiano, estudar, enfim: enriquecer-se culturalmente para conquistar o espaço de sua individualidade para além das pré-determinações da autoridade patriarcal e da vida e dos costumes da aldeia, que se lhe apresentam com força de "destino". O livro tornou-se mundialmente famoso, especialmente após o filme homônimo dos irmãos Taviani, nele inspirado, que ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1977 (site da Saraiva)

Dia 2 : A Arte da Felicidade, de Dalai Lama e Howard C.Cutler (Martins Fontes, 2011)


Recomendo o livro para quem tem ou não alguma crença religiosa, mas especialmente para cristãos evangélicos.

O propósito de nossa existência é buscar a felicidade. Parece senso comum, e pensadores ocidentais como Aristóteles e William James concordaram com a idéia. No entanto, a visão que se apresenta nesta obra é uma visão de felicidade como um objetivo verdadeiro, um objetivo para a realização do qual podemos dar passos positivos. Neste livro estão relatadas longas conversas com o Dalai-Lama as quais constituem a base desta obra, com o objetivo expresso da colaboração num projeto que apresentaria suas opiniões sobre como levar uma vida mais feliz, acrescidas das próprias observações do autor a partir da perspectiva de um psiquiatra ocidental. ( site da Saraiva)



Dia 3 - Dois Idiotas Sentados Cada Qual Em Seu Barril, Ruth Rocha, ilustração de Jaguar.
(Nova Fronteira, 1994)

O livro de Ruth Rocha é para crianças, mas  deveria ser leitura obrigatória de todos os adultos.
Este blog traz postagem sobre Dois Idiotas Sentados Cada Qual  Em Seu Barril, feita em 2017. 
Leia aqui.


Um é teimosinho. O outro é mandão. O que pode acontecer quando esses dois idiotas, sentados cada qual no seu barril de pólvora, com uma vela acesa na mão, se encontram para provar sua valentia?Com personagens que beiram ao ridículo, Ruth Rocha mostra como alguns conflitos poderiam ser evitados se o orgulho e o egoísmo deixassem de estar tão presentes na vida das pessoas. (site da Saraiva).


Dia 4:Peixe Na Água - Memórias, Mário Vargas Llosa (Cia das Letras- 1994)


Das mais prazerosas leituras que fiz na vida. Recomendo o livro.
O autor relata como foi sua campanha para a presidência do Peru (perdeu para Alberto Fuji Mori). As decepções e surpresas que teve, e o que aprendeu.


“Muita coisa aprendi no processo eleitoral, e a pior delas foi descobrir que a crise peruana não devia ser medida apenas em termos de contrates, derrocada da instituições, aumento acelerado da violência; ao mesmo tempo tudo isso somado criara determinadas condições nas quais o funcionamento da democracia passava a ser uma espécie de paródia na qual os mais cínicos e espertos sempre levavam a melhor.” (pág. 504)








 
Dia 5:De Filho Para Pai, Márcio Vassalo (Ed.Abacate -2014)



Mais lírico livro infantil que já li. Estão de parabéns o pai e o filho que inspiraram a obra.


Por meio de uma narrativa essencialmente poética, o autor convida o leitor a conhecer a história de um pai e seu filho pequeno. Trata-se de um cotidiano igual a tantos outros, com brincadeiras, traquinagens, amizades, invencionices, mas também com tristezas, briguinhas, silêncios e novas descobertas. (site da Saraiva)




Dia 6: Hibisco Roxo, Chimamanda Ngozi Adichie (Cia das Letras, 2011)

Protagonista e narradora de Hibisco roxo, a adolescente Kambili mostra como a religiosidade extremamente “branca” e católica de seu pai, Eugene, famoso industrial nigeriano, inferniza e destrói lentamente a vida de toda a família. O pavor de Eugene às tradições primitivas do povo nigeriano é tamanho que ele chega a rejeitar o pai, contador de histórias encantador, e a irmã, professora universitária esclarecida, temendo o inferno. Mas, apesar de sua clara violência e opressão, Eugene é benfeitor dos pobres e, estranhamente, apoia o jornal mais progressista do país. Durante uma temporada na casa de sua tia, Kambili acaba se apaixonando por um padre que é obrigado a deixar a Nigéria, por falta de segurança e de perspectiva de futuro. Enquanto narra as aventuras e desventuras de Kambili e de sua família, o romance também apresenta um retrato contundente e original da Nigéria atual, mostrando os remanescentes invasivos da colonização tanto no próprio país, como, certamente, também no resto do continente. (site da Saraiva)

Dia 7: Os Catadores de Conchas, Rosamunde Pilcher

A grande saga familiar de Rosamunde Pilcher, Os catadores de conchas, lançada em 1987 na Europa e, em 1990 pela Bertrand Brasil, está ganhando uma nova roupagem. Em homenagem à 30ª edição no Brasil deste querido romance, Rosamunde Pilcher escreveu uma introdução em que conta a história da gênese desta obra.O livro é um romance de vínculos – de uma geração para a outra; dos pais que continuam vivos; e dos símbolos e legados do passado que vêm a representar o futuro. Trata da busca da identidade no espelho fragmentado de nossa infância e do confronto com a imagem embaçada pelo aflorar das lembranças do passado. O romance é repleto de pessoas reais e impregnado de valores cotidianos; os personagens de Rosamunde Pilcher poderiam ser qualquer um de nós.O leitor é convidado a partilhar da alegria, da tristeza e da magia do livro. Ambientando a ação em Londres e na Cornualha, desde a Segunda Guerra Mundial até os dias de hoje, Rosamunde Pilcher narra a história da família Keeling, e das paixões e desilusões que a mantiveram unida durante três gerações. A família gravita em torno de Penélope, e são seu amor, coragem e senso ético que determinam o curso de todas as suas vidas.Entre os bens que são mais caros a Penélope encontra-se Os catadores de conchas, que seu pai pintou e lhe deixou como lembrança e legado. É esta pintura que simboliza para ela os vínculos entre as gerações – o presente, o passado e o futuro. Mas é justamente o destino desta pintura que poderá vir a desagregar a família... Escrevendo com grande compaixão pelas fraquezas, desejos e alegrias humanas, a história de Rosamunde Pilcher transborda de emoção. O mundo por ela criado e descortinado para nós torna-se um lugar onde nos sentimos à vontade, um lugar ao qual mal podemos esperar para voltar, um lugar de que jamais nos esqueceremos. (site da Saraiva)

Última atualização 20.11.2018 às 23h27

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