Segunda capa do livro Noite em Caracas. É uma morte alegórica e política. As sociedades regidas por ditadura têm um poder que devora os indivíduos, não há melhor definição disso”, explica Karina. “Às vezes digo que nunca saí porque minha cabeça permanece ali. Mas saí porque fui desenraizada, já não pertenço a lugar nenhum. " "Temos um país que expulsa seus netos, persegue as pessoas. O desenraizamento dessa geração, o medo e a ansiedade te fazem sentir culpado.” A escritora se sentiu por muitos anos sem direito de falar sobre seu país. E, por isso, pede um olhar cuidadoso aos leitores, sem julgamentos. “Não é um livro político, é literatura. O que eu fiz foi falar de coisas terríveis. Eu quero que gere empatia, mas um autor não consegue controlar o que seu livro provoca.” Seu romance mistura personagens de diferentes países da América Latina porque, para ela, é um problema que extravasa as fronteiras da Venezuela. “É vital falar sobre os ciclos autoritários da América Latina....