A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços. A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa. O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito. Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um di
Já baixei no kindle A vegetariana. Estou devorando.
ResponderExcluirTenho os três dela no kindle, mas ainda não comecei. Estou terminando A Hora dos Ruminantes, depois dele começo.
ExcluirA vegetariana é pesado. Psicológico. Introspectivo. Me lembrou um pouco O estrangeiro do Camus. O livro vai se revelando aos poucos. A escrita é precisa, sem enrolação embora eu tenha lido traduzido do inglês. Dizem que traduzido direto do coreano é melhor. Sempre bom ler novos autores. Quero prosseguir com ela. Um beijo, querida.
ResponderExcluirEu parei. Pra respirar li um levinho volto hoje com A Vegetariana. O meu também é tradução do inglês.
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