1. A mesma ladainha
Começo do dia no apartamento da família Vieira. Dona Margarida, a mãe, acordou mais cedo do que os outros e tenta botar as coisas em movimento, como faz todos os dias. Chama o marido:
— Zé Roberto, olha a hora.
Chama a filha:
— Michelle, tá na hora, minha filha.
Chama o filho:
— Duda, acorda.
Ninguém se mexe.
Margarida tem uns 38 anos, Zé Roberto, quarenta e poucos. Michelle, 16, Duda, 11. O apartamento é pequeno, de classe média, mas tem três quartos.
Da cozinha, onde começou a preparar o café, Margarida grita:
— Zé Roberto, não é hoje que você tem uma reunião na firma? Olha a hora.
Margarida entra no quarto do Duda e sacode seu pé.
— Duda, tá na hora. Vamos, meu filho.
Duda só rosna.
Margarida entra no quarto da Michelle e também a sacode.
— Michelle, levanta. Aproveita que o banheiro está livre.
Michelle só rosna.
Margarida volta para o quarto do casal:
— Zé Roberto, sua reunião não é importante?
Zé Roberto produz uma frase ininteligível.
Margarida:
— Pelo menos esse está falando. Não sei o quê, mas está falando.
Colocando-se no corredor para ser ouvida por todos, Margarida bate palmas e grita:
— Vamos lá, pessoal. Já é dia. Ânimo! Coragem! Acordem! Desse jeito o Brasil não vai pra frente!
Depois, para si mesma, voltando para a cozinha:
— Ai meu Deus. Todo dia a mesma ladainha.
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2. O ambiente
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A família reunida na mesa do café. Zé Roberto lendo um jornal. Margarida pergunta a Duda quem vai levá-lo à escola.
— Hoje é dia da bruxa, mãe do Carlinhos.
— Duda, não fala assim da dona Ivana. Ela é uma ótima pessoa.
— Mas parece uma bruxa.
— Para a mamãe, todas as pessoas são ótimas — diz Michelle.
— E até prova em contrário são mesmo.
Zé Roberto, lendo o jornal:
— Prenderam um esquartejador de mulheres.
— Olha aí, mamãe – diz Michelle. — Esse também deve ser uma ótima pessoa.
— E poderia mesmo ser, se viesse de um ambiente familiar saudável, como o de vocês. O ambiente é tudo.
Michelle:
— Como é que você sabe que o Duda não vai ser um esquartejador de mulheres, quando crescer? A cara ele já tem.
Duda:
— O que é esquartejador?
Zé Roberto:
— Vamos acabar com essa conversa?
— Eu quero ser esquartejador! — protesta Duda.
— Tome o seu café – diz Margarida. – Já está todo mundo atrasado. A dona Ivana deve estar esperando.
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3. Um beijo na bunda
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Michelle e Duda saem do apartamento para a escola. Zé Roberto nota que Michelle esqueceu seu celular sobre a mesa do café.
— Olha aí, a Michelle esqueceu o celular dela. E tem uma mensagem… Onde estão meus óculos?
— Na sua cabeça, como sempre – diz Margarida.
Zé Roberto costuma colocar os óculos acima da testa e depois esquecer onde eles estão.
— Margarida, olha como termina a mensagem! Um beijo na bunda.
— De quem é a mensagem?
— Juca. Um beijo na bunda, assinado Juca.
— Eu não sei quem é esse Juca.
— Pois é alguém que está mandando um beijo na bunda da sua filha!
— Está bem, Zé Roberto. Não precisa ficar agitado desse jeito.
— Como não preciso ficar agitado? Tem um Juca que ninguém conhece mandando um beijo na bunda da minha filha e eu tenho que achar isso natural? Onde é que nós estamos?
— Você ainda está em casa quando devia estar indo pro escritório. Sua reunião não é às nove?
— Mas Margarida…
— Depois a gente fala sobre o beijo na bunda. Agora o importante é você não se atrasar.
— Mas um beijo na bunda, Margarida…
— Isso é o jeito dessa garotada falar. Aposto que o Juca nem conhece a bunda da Michelle. Ou são apenas bons amigos.
— Margarida…
— Vai, vai…
— Onde estão os meus óculos?
— Na sua cabeça, como sempre.
Margarida acompanha o marido até o elevador, deixando a porta do apartamento aberta. De dentro do elevador que chega sai uma mulher com mais ou menos 60 anos, carregando uma grande bolsa. Ela fica de lado enquanto Margarida despede-se de Zé Roberto com um beijo. Zé Roberto entra no elevador. Ouve-se o som da porta do apartamento batendo.
— Não! Bateu a porta e eu fiquei na rua!
A mulher que saiu do elevador sorri enquanto Margarida tenta, inutilmente, abrir a porta por fora:
— E agora? Como é que eu vou entrar?
— A senhora me permite? — diz a mulher, que gira a maçaneta e abre a porta.
Para espanto de Margarida, que agradece, maravilhada, e convida a outra a entrar.
4. Uma proposta inacreditável
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Dentro do apartamento, as duas se apresentam.
— Margarida Nunes Vieira.
— Cremilda.
Margarida pede para Cremilda não reparar na bagunça, enquanto aumenta a bagunça fazendo o café. Cremilda detém Margarida, com alguma rispidez.
— Deixa que eu faço o café.
— Não, pode deixar que eu…
— Sente-se.
Margarida senta-se, intimidada. Com poucos movimentos, Cremilda faz o café e coloca na mesa para as duas. Margarida desculpa-se:
— Infelizmente, não tem mais pão.
— Tem sim — diz Cremilda, tirando dois pães da bolsa. — Vejo que a senhora está precisando de uma boa empregada.
Margarida diz que não podem pagar uma empregada. Cremilda sugere que façam uma experiência. Trabalhará de graça, como cozinheira e faxineira, até a situação da família melhorar.
— E se não melhorar?
— Aí eu saio perdendo. Mas eu prometo que vai melhorar.
E, antes que Margarida possa responder, Cremilda começa a pôr ordem na cozinha. Inclusive, sem que Margarida veja, Cremilda tira mais três ou quatro bisnagas de pão da sua bolsa e as guarda no armário. Pede para Margarida lhe mostrar onde fica o seu quarto.
Margarida, hesitante:
— Mas… Quando você pode começar?
— Já comecei.
— Mas você não precisa ir em casa, pegar suas coisas?
Cremilda mostra a sua bolsa e diz que ali tem tudo que precisa. Outra surpresa para Margarida.
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5. Costeletinhas
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Zé Roberto chega em casa.
Margarida:
— Você em casa a esta hora?
Zé Roberto de cara fechada.
Margarida:
— Como foi a reunião?
— A reunião foi ótima. Me chamaram para dizer que eu estou despedido.
— O quê?
— Despedido. Me chutaram. Com muita classe, com mil desculpas, mas me chutaram. Estou desempregado.
Surge a Cremilda e pergunta:
— Vai ter indenização?
Zé Roberto, atordoado:
— Vai, vai. Acho que vai.
Cremilda sai de cena e Zé Roberto pergunta:
— Quem é essa?!
Margarida explica quem é a Cremilda.
— Empregada, Margarida? E nós podemos pagar uma empregada? Ainda mais agora?
Margarida conta que Cremilda fez uma proposta inacreditável. Zé Roberto não acredita. Como a Margarida pode ser tão ingênua? A Cremilda quer trabalhar de graça até a situação deles melhorar? Quer é roubar tudo que eles têm.
— E nós temos alguma coisa para ela roubar, Zé Roberto? Até a nossa TV ainda é em preto e branco!
Zé Roberto insiste que Cremilda é obviamente uma vigarista. Não pode ficar ali nem mais um minuto. Reaparece a Cremilda e diz que já terminou de limpar os quartos e vai cuidar do almoço. Diz para Zé Roberto que vai fazer seu prato favorito, costeletinhas de porco com refogadinho de vagem e cenoura. Margarida avisa que não tem costeletinhas de porco em casa e Cremilda diz “Tem sim”, antes de entrar na cozinha.
— Como é que ela sabe que eu… — diz Zé Roberto. — Bom, ela fica até depois do almoço. Mas aí, rua.
6. O mistério do manjar branco
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Toda a família na mesa do almoço. Zé Roberto saboreia a última costeletinha, fazendo “mmmm”. Cremilda de pé ao lado da mesa:
— Todos prontos para a sobremesa?
Duda:
— Qual é a sobremesa?
— Pode escolher… sorvete com calda de chocolate…
Duda dá um pulo na cadeira:
— Minha favorita!
Cremilda:
— Ou pudim de laranja.
Michelle, batendo palmas:
— Minha favorita!
Cremilda:
— E para o dr. Zé Roberto, manjar branco igual ao que a mãe dele fazia.
Zé Roberto, perplexo:
— Como você sabe?
Cremilda diz para Michelle e Duda que eles terão sobremesa todos os dias se mantiverem seus quartos bem arrumados, como ela os deixou, mas que toda bagunça será punida.
Zé Roberto:
— Dona Cremilda, eu tenho uma coisa para lhe dizer. Por favor, não leve a mal, mas eu preciso fazer isto. A senhora já mostrou que é uma ótima empregada, uma ótima pessoa, uma cozinheira de mão cheia, mas a proposta inacreditável de trabalho que fez à Margarida é, realmente, inacreditável e me obriga a pedir que… que… a senhora… nos diga… O que vai fazer pro jantar?
— Eu estava pensando num pernil de cordeiro.
Margarida:
— Mas nós não temos um pernil em…
Cremilda abre a porta da geladeira, mostrando um belo pernil de cordeiro, e diz:
— Tem sim.
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7. Quem é esse Juca?
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Margarida e Zé Roberto na sala, cochichando para Cremilda não ouvir da cozinha.
— Essa mulher caiu do céu, Zé Roberto!
— Calma. Se ela tivesse caído do céu, porque cairia justamente na nossa casa? Essa mulher está querendo alguma coisa.
— Ela é perfeita!
— É perfeita demais. Como é que ela sabia que eu gostava de costeletinha de porco? E do manjar branco da minha mãe?
— Ela adivinhou.
— Como adivinhou? Aí tem coisa.
Michelle entra na sala e pergunta se alguém viu o seu celular.
— Seu celular? Ah, sim, sim, sim. Ele está aqui — diz Zé Roberto, e tira o celular do bolso. — Você esqueceu na mesa do café esta manhã. Aliás, com uma mensagem muito interessante na telinha, Onde estão meus óculos?
Margarida:
— Na sua cabeça, como sempre.
Zé Roberto, ajeitando os óculos no nariz:
— Uma mensagem muito interessante de alguém chamado Juca, que termina assim: um beijo na bunda.
— Pode me dar meu celular, por favor?
— Vou dar, mas antes preciso saber quem é esse Juca.
— É um amigo.
— Obviamente um amigo íntimo. Um amigo que beija a bunda.
— É só uma brincadeira, papai. Ninguém beija a bunda de ninguém. Pelo menos a minha ninguém beija. Me dá o celular?— Eu gostaria de acreditar nisso, minha filha. Qual é o pai que não gostaria de ouvir que ninguém beija a bunda da sua filha? Mas nós não podemos conhecer esse Juca, para ter certeza?
— Não!
Cremilda ouviu tudo da porta da cozinha.
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Saída da escola da Michelle. Cremilda, escondida, observa o movimento. Michelle e Juca saem da escola lado a lado, mas separam-se, depois de se despedirem com beijinhos nas faces. Michelle vai para um lado e Juca vai para o outro. Cremilda segue Juca, cuidando para não ser vista. Vê que ele se reúne com três ou quatro numa esquina e não é difícil notar que estão negociando drogas. Quando Juca se separa do grupo, Cremilda o segue. Aproxima-se dele e chama: “Juca”, e, quando ele para e se vira, convida-o a tomar um suco porque precisam conversar.
— Quem é você? — quer saber o Juca.
Cremilda mostra, rapidamente, uma identidade.
— Agente Araci, Polícia Federal, combate ao tráfico.
Os dois entram num local de sucos e Cremilda diz:
— Vou lhe fazer uma proposta inacreditável.
E para o balconista:
— Dois sucos de caju.
9. O fim do Pacheco
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Manhã no apartamento dos Vieira. Margarida levanta da cama e chama o marido.
— Zé Roberto, acorda. Está na hora. Dia de trabalho.
Zé Roberto faz sons ininteligíveis. Margarida sai do quarto e começa a ladainha.
— Michelle, levanta. Aproveita que o banheiro está livre. Duda, está na hora. Olha a escola. Acorda.
Ela entra na cozinha e vê, com surpresa, que Michelle e Duda já estão tomando café, servidos pela Cremilda. Volta para o quarto do casal. Chama:
— Zé Roberto, levanta. Está na hora.
Zé Roberto faz mais sons ininteligíveis, mais alto.
Margarida, se dando conta:
— É mesmo, você está desempregado. Não precisa levantar…
Cremilda aparece na porta do quarto e diz:
— Precisa levantar sim senhor. Para procurar emprego. Vamos, doutor. Ânimo!
Zé Roberto começa a se levantar, ainda zonzo. Margarida segue Cremilda até a cozinha. Diz:
— Nós esquecemos de comprar pão, ontem…
Cremilda mostra um cesto cheio de pão e diz:
— Pão é o que nunca vai faltar nesta casa, dona Margarida.
Ouvem tocar o interfone. Cremilda atende. Diz que tem um homem na portaria chamado Pacheco. Pode subir? Zé Roberto sai do quarto de pijama, cara de assustado.
— O Pacheco!
Cremilda:
— Mando subir ou não?
— Manda, manda — diz Zé Roberto.
Zé Roberto se coloca para receber o Pacheco, ainda de pijama. Cremilda vai abrir a porta. Entra Pacheco. É simpaticíssimo.
— Meu querido! — diz, ao apertar a mão de Zé Roberto.
Pergunta se Zé Roberto está doente. Sim, porque o procurou no emprego e lhe disseram que ele poderia ser encontrado em casa. É gripe? É grave? Na cozinha, Margarida e Cremilda escutam a conversa.
Cremilda:
— Quem é?
— É Pacheco, o agiota. O Zé Roberto tem negócios com ele.
Na sala, Pacheco está dizendo:
— Precisamos conversar sobre aquele nosso negocinho, querido. Você está me devendo. Os pagamentos estão atrasados. E você sabe: pagamento de dívida é como menstruação, se atrasar começa a preocupar. E eu estou muito preocupado, amigão.
Zé Roberto diz que vai pagar, que está em dificuldade momentânea mas vai pagar.
— Que bom — diz o Pacheco. — Senão eu teria que quebrar alguns dos seus ossos. À sua escolha, claro. Mas que bom que você vai me pagar amanhã.
— Amanhã?!
— Eu esqueci de dizer? Amanhã, a esta hora. É o prazo. E se cuide, parceiro. Essa gripe está matando.
Pacheco sai. Zé Roberto e Margarida se encaram. E agora? De onde vão tirar o dinheiro? Enquanto eles falam, Cremilda vai até a janela. Dali a um minuto ouve-se o ruído de um carro freando, uma batida, depois um grito de mulher, muitas vozes. Zé Roberto pergunta o que foi.
— O seu amigão Pacheco acaba de ser atropelado.
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10. A troca
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Saída da escola. Juca sai na frente, Michelle vem atrás e o alcança. Pergunta o que está havendo. Juca não a procura mais, parece estar querendo evitá-la.
— É que… me fizeram uma proposta inacreditável que eu tenho que aceitar, senão me ferro.
— Mas como, que proposta?
— Eu não posso ser visto com você, senão me ferro.
— Mas visto por quem?!
Aparece Cremilda, dizendo:
— Bom dia, crianças. Sr. Juca, tudo bem? Vamos, Michelle.
Cremilda sai quase puxando Michelle, que ainda grita:
— Me telefona, Juca!
Cremilda:
— Telefona não, Juca!
Cremilda e uma Michelle emburrada chegam em casa. Margarida as recebe, excitada.
— Michelle, vem ver. Olha que maravilha.
Na sala, em vez da pequena TV em preto e branco tem uma enorme TV a cores, ligada.
Margarida:
— Entregaram esta manhã.
Zé Roberto, maravilhado, mostra o controle que tem na mão:
— E com controle remoto!
Michelle:
— Mas quem foi que comprou?
Margarida e Zé Roberto se viram para Cremilda, sorridentes. Margarida, apontando para Cremilda:
— Alguém…
— Na verdade, foi uma troca. Eu levei a TV em preto e branco para o meu quarto e substituí por esta.
Michelle fica de boca aberta.
11. Muito estranho
4. O jeitinho
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Tarde da noite. Zé Roberto sozinho na sala, vendo televisão. Cremilda entra:
— Quer alguma coisa, doutor? Um chazinho?
— Não, não. Obrigado. Senta um pouco aí, dona Cremilda. Seu jantar, como sempre, estava maravilhoso. As batatas sautée, então…
Cremilda senta-se ao seu lado no sofá.
— Obrigada…
Depois de um silêncio em que é flagrante sua indecisão, Cremilda começa:
— Doutor Zé Roberto, eu preciso lhe dizer uma coisa…
— Sim?
— Eu não apareci na sua casa por acaso. Na verdade, eu vim com um objetivo. Vim cumprir uma tarefa. Só que não consegui cumpri-la…
— Uma tarefa?
— Eu sou a sua morte, doutor Zé Roberto.
Ele não sabe o que dizer. Ela continua:
— Era para o senhor estar morto há semanas. Mas, sei lá. Cheguei e vi a dona Margarida se despedindo do senhor, vocês se beijando, a dona Margarida, estabanada como sempre, deixando a porta bater e ficando na rua… Depois conheci os seus filhos… E não consegui cumprir minha tarefa. E nem vou conseguir.
— Quer dizer que… Eu não vou morrer?
— Se depender de mim, não. Pelo menos não agora.
— Mas se você não cumprir sua tarefa, o que acontece?
— Eu perco o emprego. Aí seremos os dois desempregados…
Os dois riem, depois ficam sérios. Zé Roberto pergunta:
— A morte do Pacheco, o agiota… Foi a senhora?
— Modéstia à parte, foi. Tive que improvisar.
— Agora eu entendo como a senhora sabia do manjar branco da minha mãe..
— A morte de uma pessoa está com ela desde que ela nasce. O senhor só não tinha me visto ainda, mas eu estive com o senhor durante toda a sua vida.
— E agora? Eles não podem mandar outra morte para me pegar, já que você falhou?
— Não. Iiih, trocar de mortes dá um trabalhão. Só a burocracia leva anos. E eu estarei aqui para proteger vocês.
— E o que faremos, os dois desempregados?
— Acho que dá para dar um jeitinho…
15. A padaria
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Uma padaria, com os dizeres “Padaria do Zé” e “Pão sempre fresquinho” escritos na frente. Zé Roberto e Margarida atendendo no balcão, felizes da vida, e Cremilda no fundo, coberta de farinha, produzindo pães e mais pães como por passes de mágica.
Zé Roberto:
— Onde estão meus óculos?
Margarida dá uma risada e aponta:
— Pendurados no seu pescoço.
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— Luis Fernando Verissimo, no livro “Os últimos quartetos de Beethoven e outros contos”. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.
Saiba mais sobre Luis Fernando Verissimo:
Luis Fernando Verissimo – o cronista
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