OSLO - O Prêmio Nobel da Paz de 2021 foi concedido nesta sexta-feira, 8, para os jornalistas Maria
Ressa, das Filipinas, e Dmitri Muratov, da Rússia, pela "contribuição essencial de ambos para a liberdade de expressão e pelo jornalismo em seus países".
A academia afirmou que Ressa e Muratov receberam o Nobel da Paz "por sua corajosa luta pela liberdade de expressão nas Filipinas e na Rússia" e que a liberdade de expressão "é uma condição prévia para a democracia e para uma paz duradoura".
"[Os laureados] são representantes de todos os jornalistas que defendem este ideal em um mundo em que a democracia e a liberdade de imprensa enfrentam condições cada vez mais adversas", afirmou a entidade responsável pelo prêmio Nobel.
"O jornalismo gratuito, independente e baseado em fatos serve para proteger contra o abuso de poder, mentiras e propaganda de guerra. O comitê norueguês do Nobel está convencido de que a liberdade de expressão e a liberdade de informação ajudam a garantir um público informado", afirmou a instituição.
A academia sueca disse também que "esses direitos são pré-requisitos essenciais para a democracia e protegem contra guerras e conflitos" e que o prêmio para os jornalistas "visa sublinhar a importância de proteger e defender estes direitos fundamentais [a liberdade de expressão e informação]".
"Ressa usa a liberdade de expressão para expor o abuso de poder, o uso da violência e o crescente autoritarismo em seu país natal, as Filipinas", descreveu a academia sueca. Ela é cofundadora da Rappler, uma empresa de mídia digital de jornalismo investigativo. "Liberdade de expressão e de informação são fundamentais para o funcionamento da democracia e para evitar guerras e conflitos", afirmou a Academia.
Dmitri Muratov é editor-chefe do jornal Novaya Gazeta, um dos poucos veículos na Rússia críticos do governo do presidente russo Vladimir Putin. Seis jornalistas que trabalhavam no Novaya Gazeta foram assassinados em situações suspeitas.
O Kremlin saudou nesta sexta-feira a "coragem" e o "talento" do jornalista Dmitri Muratov , pela sua luta pela liberdade de expressão como chefe do principal diário da oposição russa.
"Felicitamos Dmitri Muratov. Trabalha incansavelmente seguindo os seus ideais, agarrando-se a eles. Ele é talentoso e corajoso", disse o porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov, aos jornalistas.
Os dois jornalistas ajudaram a fundar veículos de comunicação independentes em seus países e vão dividir o prêmio de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,3 milhões).
Muito bom ver o jornalismo reconhecido como pilar da democracia.
ResponderExcluirReconhecido sim. Enfim, o reconhecimento com a premiação máxima. Os governos totalitários e os que são mas fingem não ser, sempre souberam da grande importância do jornalismo e é por essa razão, que oprimem, atacam verbal e fisicamente os jornalistas. E em alguns países, como no Brasil, gastam tempo e dinheiro denegrindo a categoria.
ResponderExcluir