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Mostrando postagens de agosto, 2011

Sozinho, Eduardo Oliveira Freire

  A menina procurou uma peça bem pequena do quebra-cabeça, que acabara de ganhar de presente. - Não acho, mãe! - começou a chorar. - Quem manda, não ter cuidado com suas coisas.- disse a mãe. Ela continuou a chorar por algum tempo, depois, esqueceu-se da pecinha perdida. Foi brincar com uma coleguinha da rua, onde morava. Aprendeu, que se perde algo ou alguém. No fim da tarde caiu uma tempestade, típica chuva de verão. ******* Uma peça se separa do quebra-cabeça. Almeja conhecer outras paisagens. Um grito intenso surge em sua consciência: "Quero ser só". O vento a sopra para baixo da mesa. A vassoura a varre para fora da casa. A água do rio transborda, carregando-a para longe. Ela nunca voltou para casa, nem sabe mais o caminho de volta. Esqueceu-se de seu passado. Vive intensamente o presente: "Eu sou o meu próprio quebra-cabeça". ( www.bestiario.com.br )

Crônica cantada: Ney Matogrosso - Tico-Tico no Fubá

Tico-Tico no Fubá Zequinha de Abreu e Eurico Barreiros Um Tico-Tico só O Tico-Tico lá Está comendo Todo, todo, meu fubá Olha seu Nicolau Que o fubá se vai Pego no meu Pica-Pau E um tiro sai Então eu tenho pena Do susto que levou E uma cúia Cheia de fubá eu dou E elegre já voando e piando Meu fubá, meu fubá Saltando de lá para cá...(2x) Houve um dia, porém, Que ele não voltou O seu gostoso fubá O vento levou Triste fiquei quase chorei Mas então vi Logo depois não era um E sim já dois Quero contar baixinho A vida dos dois Tiveram ninhos E filhinhos depois Todos agora pulam ali Saltam aqui Comendo todo o meu fubá Saltando de lá para cá... *  Esta crônica foi  apresentada pela primeira vez em 1917 sob o título de Tico-Tico no Farelo e só em 1931 mudou para  Tico-Tico no Fubá, com  que é conhecida até hoje. É um choro e uma das músicas mais conhecidas e executadas de todos os tempos. Ney Matogrosso , gravou de forma magistral.

Olha o livro da Letícia Minhas Tempestades

Lançamento do livro: Minhas Tempestades de Letícia Alves Quando? 27.08 - sábado Onde? Biblioteca Alceu Amoroso Lima R. Henrique Schaumann 777- Pinheiros SP A que horas? 16h 

Ler Livro! por que sim?

Bullying - até que enfim os colegas reagiram!

Bullying , uma brincadeira que acaba em lágrimas Alunos do Colégio Marista de Natal (RN) lançaram uma campanha na internet contra o bullying após um garoto ter pulado do primeiro andar da escola na manhã de terça-feira, 23. Segundo relatos colhidos pela imprensa local, o estudante do 8.º ano do ensino fundamental L.V., de 15 anos, era vítima de agressões psicológicas no colégio. O quadro de saúde do adolescente é estável. No Twitter, os integrantes da Comissão de Formatura do Marista usam a hashtag #PrédeMaisRespeitoeConsciência para divulgar a causa. Na primeira mensagem, eles escreveram: " Bullying: uma brincadeira que acaba em lágrimas" . A iniciativa conta com o apoio do grêmio e dos alunos do cursinho pré-vestibular da escola. O incidente no Marista está sendo investigado pela Polícia Civil, que vai ouvir os pais e colegas de turma de L.V., além de professores e funcionários. O boletim de ocorrência, registrado pelo diretor do colégio, afirma que o estu

Quarta-feira é dia de conto: O Meu Avô, Dalton Trevisan

Dalton Trevisan saindo da Livraria Chain,Curitiba   O Meu Avô Dalton Trevisan      Vovó finou-se ao lado do fogão, cerzindo meias no ovo de madeira. O velho dava-lhe as costas, um de mal com o outro. O ovo rolou a seus pés... voltou-se para ela, quietinha na cadeira de palha. Cerzira a meia e, ao levar o fio à boca (tinha todos os dentes aos setenta anos), morreu.      O velho trancou-se no quarto. Batia na parede com um martelo, a cada pancada seguiu-se um grito, Os filhos arrombaram a porta, tomaram-lhe o martelo, não é que enterrava um prego na cabeça?      Vovô comia com a colher. Meu pai cortava-lhe a carrne no prato e, ao deitar-se, escondia garfo e faca. O velho levava para o quarto a sua garrafa de vinho, que os filhos enchiam toda noite, misturando-o com água.      Tinha muito medo de açúcar na urina. Antes de enfiar-se na cama, de cachimbo e ceroula, aparava dois barbantes na medida do pulso e tornozelo, verificava na manhã seguinte se o corpo havia inchado. Dormia bê

Segunda-feira poética: Alice Ruiz

Que Importa o Sentido Se Tudo Vibra?" Alice Ruiz meus pensamentos cruzam os teus como aviões no ar da janela os corações acenam sem saber se vão voltar te procuro nas coisas boas em nenhuma encontro inteiro em cada uma te inauguro lembra o tempo que você sentia e sentir era a forma mais sábia de saber e você nem sabia? já estou daquele jeito que não tem mais conserto ou levo você pra cama ou desperto sem saudade de você sem saudade de mim o passado passou enfim ainda te sinto em tudo que permandece como se tua pressa de vida que se extingue ficasse um pouco em tudo ainda minuto a minuto quis um dia todo azul no teu dia meu querer quero crer azulou teu dia a dia tudo que podia já não temo fantasmas invoco a todos que venham em bando povoar meus dias atormentar minhas noites entre tantos loucos e livres existe um que é doce e que me

Crônica cantada:Eu Fui à Europa

Eu Fui à Europa Chiquinho Salles Canta: Rosa Maria     Eu fui à Europa, Pra cantar samba-de-breque, Numa radio de lá, Quando estreei, foi um chuá, Meti minha bossa, Pra mostrar que a gente nossa, Também sabe cantar, Com aquele molho de abafar, Mas de repente, Quando eu atuava naquela estação, Senti no estúdio, um barulhão, E correrias, tiros, comandos, uma confusão, Pararam até com a irradiação, Fui agarrada por dois soldados e um oficial, Que disse: é a tal, Que diz ser artista, Mas que não passa de uma espiã, Vai ser fuzilada amanhã". Eu disse logo: " Mas essa gente está equivocada, Eu canto samba e mais nada " Me responderam: "Este seu samba é mensagem cifrada, Você está é camuflada " E me encostaram numa parede, Em frente a um pelotão, Me apontando o coração, E esperando a fria ordem de execução, (Mas veja só que situação) Me perguntaram qual era a minha última vontade, E eu disse : A minha liberdade !, Mas o oficial sacou a

Os 50 mais vendidos na Estante Virtual

Este e mais outros livros na minha estante 1º - Vidas Secas, Graciliano Ramos 2º - Dom Casmurro, Machado de Assis 3º - Pedagogia da Autonomia, Paulo Freire 4º - Mulheres Que Correm Como Lobos, Clarice Pínkola Estés 5ºSalomão: Cântico dos Cânticos 6ºMilan Kundera: A Insustentável Leveza do Ser 7ºAldous Huxley: Admirável Mundo Novo 8ºJ. K. Rowling: Harry Potter e a Pedra Filosofal 9ºJ. D. Salinger: O Apanhador no Campo de Centeio 10ºGabriel García Márquez: Cem Anos de Solidão 11ºMarkus Zusak: A Menina Que Roubava Livros 12ºJ K Rowling: Harry Potter e a Pedra Filosofal 13ºAdolf Hitler : A Minha Luta Mein Kampfl 14ºDyonelio Machado - Os Ratos 15Valéria Piassa Polizzi - Depois Daquela Viagem 16ºEmily Brontë - O Morro dos Ventos Uivantes 17ºJosé Saramago - A Ensaio Sobre a Cegueira 18ºJ K Rowling - Harry Potter e a Camara Secreta 19ºJostein Gaarder - O Mundo de Sofia 20º Dale Carnegie - Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas Novo 51ª Ed. 21ºVladimir Nabokov - L

Conto Erótico, Luis Fernando Veríssimo

-Às suas ordens. -Que-quem é? -Às suas ordens. -Acho que apertei o botão errado. Ainda não me acostumei com o painel deste novo sistema. Como é que eu faço par conseguir linha direta? - Linha direta: comprima o botão vermelho no canto direito inferior do painel. Aguarde. Se der sinal de linha, comprima o botão marrom, depois o vermelho novamente. Repita  a operação até conseguir a linha. - Obrigado, senhorita... - De nada. Desligo. -Escute! - Às suas ordens. - Olhe. Por favor, não pense que eu estou sendo indiscreto, mas é que não reconheci sua voz. Você é nova no escritório? Alô? -Às suas ordens. -Eu só queria  esta informação... - Informação: Comprima o "zero' no painel. Aguarde. Quando ouvir o sinal eletrônico, declare a informação desejada. Fale pausadamente. - Não. Não. Eu só queria saber... Em primeiro lugar, o que é que você está fazendo aqui a esta hora? todo mundo já foi para casa. Já sei, é seu primeiro dia, você ainda está desamb

Segunda-feira poética: Jorge Luis Borges

Imagem do Google Nem Sequer Sou Poeira Jorge Luis Borges Não quero ser quem sou. A avara sorte Quis-me oferecer o século dezassete, O pó e a rotina de Castela, As coisas repetidas, a manhã Que, prometendo o hoje, dá a véspera, A palestra do padre ou do barbeiro, A solidão que o tempo vai deixando E uma vaga sobrinha analfabeta. Já sou entrado em anos. Uma página Casual revelou-me vozes novas, Amadis e Urganda, a perseguir-me. Vendi as terras e comprei os livros Que narram por inteiro essas empresas: O Graal, que recolheu o sangue humano Que o Filho derramou pra nos salvar, Maomé e o seu ídolo de ouro, Os ferros, as ameias, as bandeiras E as operações e truques de magia. Cavaleiros cristãos lá percorriam Os reinos que há na terra, na vingança Da ultrajada honra ou querendo impor A justiça no fio de cada espada. Queira Deus que um enviado restitua Ao nosso tempo esse exercício nobre. Os meus sonhos avistam-no. Senti-o Na minha carne triste e solitária. S

Aos pais: abraço do blog

 Este blog abraça os pais que estão na frente da fila e aplaude os do meio.  Nos que hoje estão no fim da fila apenas como espectadores  e recebedores do carinho dos da frente, o Livro Errante credita imensa esperança. As mãos do meu pai. Mário Quintana Imagem do google As tuas mãos tem grossas veias como cordas azuis sobre um fundo de manchas já cor de terra — como são belas as tuas mãos — pelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram na nobre cólera dos justos... Porque há nas tuas mãos, meu velho pai, essa beleza que se chama simplesmente vida. E, ao entardecer, quando elas repousam nos braços da tua cadeira predileta, uma luz parece vir de dentro delas... Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente, vieste alimentando na terrível solidão do mundo, como quem junta uns gravetos e tenta acendê-los contra o vento? Ah, Como os fizeste arder, fulgir, com o milagre das tuas mãos. E é, ainda, a vida que transfigura das tuas mãos nodosas... essa

Crônica cantada:Chico Buarque de Holanda

Quarta-feira é dia de conto: O Fim de Uma Barriga

O Fim de uma Barriga Voltaire de Souza Uma coisa ninguém gosta de ter: barriga. Complexos. Frustrações. Exercícios, regime? O sujeito pára depois de três dias. Por que não fazer uma lipo? Muito homem tem vergonha de fazer lipoaspiração. Tem um que fez. Gordo. Briguento. O Belini. Foi assim. Ele teve um desentendimento no trânsito. Coisa à-toa. Mas terminou com dois tiros na barriga. Foi levado para o hospital. Antes de entrar na faca, pediu para o médico: “Aproveita e faz um lipo. Uma lipo, por favor.” Fizeram. Hoje ele é um homem feliz. Lipoaspirado. Mesmo um tiro pode levar ao aperfeiçoamento pessoal. (Voltaire de Souza)

Segunda-feira poética: Bruna Lombardi

Melodrama Bruna Lombardi Eu sou uma mulher espantada o amor me molha toda me deixa com dor nas costas ele diz no fundo gostas no fundo ele tem razão o amor tinha de ser mais uma contradição tinha de ser verdadeiro confuso e biscateiro como em toda situação tinha de ter remorso e um querer e não posso e toda essa aflição tinha de me dar pancada e eu cantar não dói nem nada com um radinho na mão tinha de fazer ameça que é pra poder ter mais graça como toda relação tinha de ser dolorido rasgar um pouco o meu vestido depois me pedir perdão e como em todo melodrama terminar na minha cama até por falta de opção.

Crônica cantada: A Dor Na Escala Richter, Márcio Faraco

A Dor Na Escala Richter Márcio Faraco A terra treme do outro lado do planeta Enquanto a calmaria daqui me abala Uma outra guerra traz a morte violenta E eu aqui comendo pipoca na sala Ah, se eu medisse minha dor na escala Richter Ou ao menos inventasse uma escala Será que a dor de não ter nada se compara Na intensidade à dor de quem tudo perdeu Qual seria a dor mais forte desse mundo Acho que dor talvez mereça ser revista Pois a dor que vejo na revista a cores Não parece tão real quanto a que eu sinto em mim É tanta coisa que se vê como notícia Que a importância vira curiosidade Não que a morte seja um fato indiferente Ou tão distante para ser uma verdade É que na confusão dos sentimentos Entre o fútil da princesa e seu amante Um terremoto só parece verdadeiro Quando a tv cai de cima da estante 

Quarta-feira é dia de conto:O Celular de Fantasia

O Celular da Fantasia Heloisa Seixas Ouvi a voz atrás de mim. Alguém falando sozinho. Antigamente, só louco. Hoje, não. Hoje as pessoas falam sozinhas no telefone celular. Virei-me, displicente. Era um mendigo. Mas, que estranho, tinha alguma coisa na mão – e parecia um celular! Não pode ser, pensei. Cheguei mais perto. E ri. Não havia celular algum. Ele falava sozinho, segurando um telefone imaginário. Seu celular de fantasia. Parecia com isso querer equiparar sua loucura à loucura da gente comum. Isso o fazia, quem sabe, sentir-se um igual.

Segunda-feira poética: Saudação da saudade

Saudação da Saudade Alice Ruiz minha saudade saúda tua ida mesmo sabendo que uma vinda só é possível noutra vida aqui, no reino do escuro e do silêncio minha saudade absurda e muda procura às cegas te trazer à luz ali, onde nem mesmo você sabe mais talvez, enfim nos espere o esquecimento aí, ainda assim minha saudade te saúda e se despede de mim  

O Bem Votado

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