A menina procurou uma peça bem pequena do quebra-cabeça, que acabara de ganhar de presente. - Não acho, mãe! - começou a chorar. - Quem manda, não ter cuidado com suas coisas.- disse a mãe. Ela continuou a chorar por algum tempo, depois, esqueceu-se da pecinha perdida. Foi brincar com uma coleguinha da rua, onde morava. Aprendeu, que se perde algo ou alguém. No fim da tarde caiu uma tempestade, típica chuva de verão. ******* Uma peça se separa do quebra-cabeça. Almeja conhecer outras paisagens. Um grito intenso surge em sua consciência: "Quero ser só". O vento a sopra para baixo da mesa. A vassoura a varre para fora da casa. A água do rio transborda, carregando-a para longe. Ela nunca voltou para casa, nem sabe mais o caminho de volta. Esqueceu-se de seu passado. Vive intensamente o presente: "Eu sou o meu próprio quebra-cabeça". ( www.bestiario.com.br )