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Lira dos Vinte Anos, música de Belchior e Francisco Casaverde

O s filhos de Bob Dylan Clientes da Coca-cola Os que fugimos da escola Voltamos todos pra casa Um queria mandar brasa O outro ser pedra que rola Daí o money entra em cena e arrasa E adeus, caras bons de bola Mamãe, como pôde acontecer? Ah meu coração-lobo mau não aguenta E andarmos apressados Deu em chegar atrasados Ao fim dos anos cinquenta Meu pai não aprova o que eu faço Tampouco eu aprovo o filho que ele fez Sem sangue nas veias, com nervos de aço Rejeito o abraço que me dá por mês Álbum: Elogio da Loucura - 1988 Imagem: Thyagão
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Lágrima de Um Caeté,poema de Nísia Floresta ( sem)

 (...) página 2  Lá, quando no ocidente o sol havia  Seus raios mergulhado, e a noite triste  Denso-ébanico véu já começava  Vagarosa a estender por sobre a terra;  Pelas margens do fresco Beberibe,  Em seus mais melancólicos lugares,  Azados para a dor de quem se apraz  Sobre a dor meditar que a pátria enluta!  Vagava solitário um vulto de homem,  De quando em quando ao céu levando os olhos,  Sobre a terra depois triste os volvendo...  (...)  (...) página 18  Não chores, ó Caeté, o amigo teu:  Que caiu, não morreu, porque o bravo  Constante defensor da pátria sua,  Para a pátria não morre.  (...)  (...) página 21  O bravo selvagem atônito ficou...  - Quem és; lhe pergunta, infernal deidade?  - Uma tal visão de inferno não sou:  Sou cá deste mundo, a realidade.  Volta às selvas tuas, vai lá procurar  Alguns desses bens, que aqui te hão tirado:  Não creia...

História da Cachaça Volúpia, Marcelo Piancó (título provisório)

Foi no século dezenove onde no peito e naraça Antonio lemos levantou a sua primeira taça para brindar seu empenho e o sucesso do engenho veio em forma de cachaça. O lugar era o Gregório o de baixo e o de cima o maquinário simplório mas era perfeito o clima e a terra roxa paraibana para a plantação de cana a qualidade é lá em cima. E vejo Manuel Lemos a segunda geração na rapadura e na cachaça ele manteve a tradição e quanto mais o tempo passa mais a fama da caçhaça vai ganhando amplidão. Mas foi Otávio Lemos que todo o espírito criou comprou Lagoa Verde e da cana que herdou inspirado num lampejo por um profundo desejo de Volúpia a batizou O nome gerou polêmica foi uma coisa espantosa a tradicional sociedade achava Volúpia perigosa mas esta palavra sensual era o nome mais normal pr'uma coisa tão gostosa A polêmica e o sucesso caminham na mesma estrada a cana ganhou progresso ficou bem apresentada virou cachaça de griffe o rótulo feito em Recife onde era engarrafada. Tanto tempo se ...

É Ela! É Ela! É Ela! É Ela! poema de Álvares de Azevedo ( Lira dos Vinte Anos)

É ela! é ela! — murmurei tremendo, E o eco ao longe murmurou — é ela! Eu a vi — minha fada aérea e pura— A minha lavadeira na janela! Dessas águas-furtadas onde eu moro Eu a vejo estendendo no telhado Os vestidos de chita, as saias brancas; Eu a vejo e suspiro enamorado! Esta noite eu ousei mais atrevido Nas telhas que estalavam nos meus passos Ir espiar seu venturoso sono, Vê-la mais bela de Morfeu nos braços! Como dormia! que profundo sono! . . . Tinha na mão o ferro do engomado. . . Como roncava maviosa e pura! Quase caí na rua desmaiado! Afastei a janela, entrei medroso: Palpitava-lhe o seio adormecido... Fui beijá-la. . . roubei do seio dela Um bilhete que estava ali metido. . . Oh! de certo. . . (pensei) é doce página Onde a alma derramou gentis amores; São versos dela. . . que amanhã de certo Ela me enviará cheios de flores. Tremi de febre! Venturosa folha! Quem pousasse contigo neste seio! Como Otelo beijando a sua esposa, Eu beijei-a a tremer de devaneio. É ela! é ela! — rep...

Livros Mais Vendidos da Bienal do Rio de Janeiro 2025 ( por editora)

Ed. Cia. das Letras 1-Jantar Secreto, de Raphael Montes 2-Dias Perfeitos, de Raphael Montes 3-Suicidas, de Raphael Montes 4-Uma Família Feliz, de Raphael Montes 5-O Vilarejo, de Raphael Montes Ed.Globo Livros 1-Assistente do Vilão, de Hannah Nicole Maehrer 2-No Ritmo do Jogo, de Bal Khabra 3-Uma Janela Sombria, de Rachel Gillig 4-Minha Melhor Parte, de Hannah Bonam-Young 5-Maxton Hall: Salve-me, de Mona Kasten Ed. Rocco 1-Amanhecer na Colheita, de Suzanne Collins 2-A Hora da Estrela, de Clarice Lispector 3-O Abismo da Celina, de Ariani Castello 4-Powerless, de Lauren Kate 5-Amêndoas, de Won-pyung Shon Ed.HarperCollins 1-Bobbie Goods (Os quatro livros: Do Dia Para a Noite, Dias Quentes, Dias Frios, Isso e Aquilo) 2-Diário De Uma Garota Esquisita, de Thalita Rebouças 3-Criaturas Fofinhas, de Coco Wyo 4-Box Pocket Luxo de O Senhor Dos Anéis, de J. R. R. Tolkien 5-Um Natal Quentinho, de Coco Wyo Ed. Record 1-A Biblioteca da Meia-Noite, de Matt Haig 2-Verity, de Colleen Hoover 3-Nunca Mint...

O Príncipe Feliz, conto de Oscar Wilde

     Na parte mais elevada da cidade, sobre uma coluna bem alta, ficava a estátua do Príncipe Feliz. Ela era toda dourada coberta por finas folhas de ouro, seus olhos eram duas safiras brilhantes, e um grande rubi vermelho brilhava no punho da espada.       O príncipe era realmente admirado.       - Ele é tão lindo quanto um cata-vento - observou um dos veradores que desejava ganhar fama por ter gostos artísticos. - Pena que não seja tão útil - ele acrescentou realista, o que ele realmente não era.       - Por que você não pode ser como o Príncipe Feliz? - perguntou uma mãe sensata a seu filhinho que estava chorando porque queria a lua. - O Príncipe Feliz nunca pensa em chorar para conseguir alguma coisa.      - Fico muito contente em saber que há alguém no mundo que seja muito feliz - murmurou um homem desiludido enquanto contemplava a estátua maravilhosa.      - Parece um anjo - disseram as ...

O Homem da Cabeça de Papelão, conto de João do Rio

     No país que chamavam de Sol, apesar de chover, às vezes, semanas inteiras, vivia um homem de nome Antenor. Não era príncipe. Nem deputado. Nem rico. Nem jornalista. Absolutamente sem importância social. O País do Sol, como em geral todos os países lendários, era o mais comum, o menos surpreendente em idéias e práticas. Os habitantes afluíam todos para a capital, composta de praças, ruas, jardins e avenidas, e tomavam todos os lugares e todas as possibilidades da vida dos que, por desventura, eram da capital. De modo que estes eram mendigos e parasitas, únicos meios de vida sem concorrência, isso mesmo com muitas restrições quanto ao parasitismo. Os prédios da capital, no centro elevavam aos ares alguns andares e a fortuna dos proprietários, nos subúrbios não passavam de um andar sem que por isso não enriquecessem os proprietários também. Havia milhares de automóveis à disparada pelas artérias matando gente para matar o tempo, cabarés fatigados, jornais, trâmueis...