E o Nobel de Literatura de 2025 vai para...
Lásló Krasznahorkai da Hungria. O autor só tem uma obra publicada no Brasil: Sátántangó ( Cia das Letras 2022)
Publicado na Hungria em 1985, Sátántangó é um romance monstruoso. A ação se concentra na chegada de um homem misterioso, que pode ser um profeta, um vigarista, ou o próprio demônio, a uma aldeia húngara onde a chuva não para de cair. Os habitantes do lugar, um elenco de desajustados e enlouquecidos (camponeses esfarrapados; um médico alcoólatra observando obsessivamente seus vizinhos; jovens perdidas num moinho destroçado; uma garota com deficiência tentando matar seu gato) descobrem em determinado momento que Irimiás, um homem a quem atribuem poderes extraordinários, e dado como morto, está a caminho do lugar, com seu companheiro, Petrina. Para esperá-los, reúnem-se numa taverna, espécie de porão do fim do mundo, onde discutem, bebem e dançam grotescamente ao som de um acordeão.
De braço dado com Kafka, Beckett e Walser, o vencedor do International Man Booker Prize László Krasznahorkai nos conduz por um lento fluxo de lava modernista, como se entrássemos e saíssemos de becos impossíveis. O cenário é e não é a Hungria sob o comunismo – o autor mantém tudo envolto nas brumas da abstração –, e a fé depositada na aparição de um líder salvador faz com que a obra não perca sua assombrosa atualidade. “É tudo diferente […] Não significa nada termos visto alguma coisa. Paraíso? Inferno? Mundo do além? Bobagem. Tenho certeza de que estamos enganados. E mesmo que a nossa imaginação não pare de funcionar, não chegaremos nem um pouco mais perto da verdade.” (Amazon)
Sobre o autor:
Nasceu em Gyula, Hungria em janeiro de 1954
Tem como caractarística escrever romances distópicos com toques de filosofia. Graduado em Direito com especialização em Latim. O livro pelo qual é mais conhecido, Sátántangó trata de um grupo de moradores desamparados em uma fazenda em zona rural da Hungria pouco antes da queda do comunismo. O livro ( de 1985) foi uma sensação no país a ponto de ser transformado em filme pelo conterrâneo Béla Tarr em 1994. Melancolia da Resistência, é outro livro sucesso do autor mas não tem edição em Português.
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