Ventos, poídos ventos!Gastos no seu tecido
Trapos que se penduram
Moles da verde palha.
Ventos, poídos ventos
Que a tarde em cinza espalha.
Vento sobre os coqueiros,
De agônicas lembranças,
Como passa banzeiro
Sobre as copas mais altas,
Em desleixados vôos
De pássaros pernaltas.
Ventos, que paraventos
Poderiam deter-vos?
folhagem de longímquos
Adeuses adejantes;
De marginais outonos
Noturnos caminhanres!
Vento sobre os coqueiros,
Tristezas de alto-mar,
Murmúrio gotejante
Entre as folhas molhadas;
Vento sobre os coqueiros
Em ondas desmanchadas.
Essas que ao vento vêm
Belas chuvas de junho!
Que saias lhes vestiram
O corpo em pele fria
Deixando ver somente
Saudade e maresia?
Ventos, naves de vento,
Cargueiros de amarugens;
Colhendo os sons aflitos
Desse afrontado mar
Fazeis a voz dolente
Que além ouço cantar.
Ventos, Poídos ventos
Nota: o blog manteve a grafia original.
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