O retirante Severino pretendia seguir o rio Capibaribe, que o guiaria em sua jornada. Porém, o rio desapareceu devido à seca. Ainda assim, Severino segue seu caminho por várias vilas da região. Chega a uma casa onde está ocorrendo o velório de mais um Severino. Em seguida, cansado de tanto andar, decide parar e buscar um emprego.
Avista uma mulher em uma janela e lhe pergunta sobre um possível emprego. Ela responde que trabalho tem, mas não de lavrador, devido à seca. Ele então vai em direção à Zona da Mata, onde assiste ao enterro de um “trabalhador de eito”. Em seguida, ele caminha rumo a Recife.
Em Recife, quando para com o objetivo de descansar, perto do muro de um cemitério, acaba ouvindo a conversa de dois coveiros. Eles reclamam do trabalho e refletem sobre as diferenças entre o enterro de defuntos pobres e defuntos ricos. Depois, Severino vai até um dos cais do rio Capibaribe.
Então, Seu José, um dos moradores de um mocambo próximo do rio, se aproxima de Severino. O retirante pergunta ao morador se o rio é fundo. Isso porque Severino tem a intenção de se suicidar. Logo aparece uma mulher e diz a José que ele é pai, pois seu filho acaba de nascer. Vizinhos e amigos comemoram o nascimento do filho de José.
Outras pessoas trazem presentes, nada caro, pois são pobres. E duas ciganas fazem previsões acerca do futuro do recém-nascido. Agora, no presente, a criança é muito pequena, magra e pálida. Por fim, José, que percebeu a intenção funesta de Severino, sugere ao retirante que o filho recém-nascido é a prova da força da vida."
O poema foi adaptado para o teatro e estreou em 1955. Dez anos depois, Chico Buarque fez a bela música que conhecemos: "essa cova em que estás, com palmos medida/ é a terra que querias ver dividida..."
Dia 9 de janeiro, João Cabral faria 105 anos. Veja aqui as obras do autor.
Imagem: estátua de João Cabral olhando para o Rio Capibaribe, o rio constante no famoso poema.
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