Com enorme surpresa vi que no livro A Volta do Gato Preto (Ed. Globo, 1961, págs 154-155), '
a ideia de Érico Veríssimo é cantada por com John Lennon. Vejam o trecho do livro de Érico, cuja primeira edição é de 1946:
" Li num prefácio de Julien Green que os homens são palavras de uma frase cujo sentido só Deus conhece. Olhando as gentes que povoam o campus do Mills, pergunto a mim mesmo qual será o sentido desta tão estranha e variada combinação de palavras... Será apenas uma legenda ociosa escrita na superfície dum lago? Uma frase fútil atirada ao vento? Não creio. Esta sociedade heterogênea em que misturam chineses, franceses, brasileiros, guaremaltecos, salvadorenhos, mexicanos, alemães, judeus, filipinos, peruanos, chilenos, pode bem ser o símbolo do mundo do futuro,um mundo de fronteiras apagadas, sem barreiras alfandegárias, sem passaportes e sem nacionalismos agressivos - um mundo de cordialidade e compreensão. Sonho? Que outra coisa se pode fazer senão sonhar, neste doce clima, neste amável convívio. "
25 anos depois que Érico Veríssmo pensou num mundo sem divisões, John Lennon cantou a mesma coisa na formidável música Imagine. Vejam onde os dois se igualam:
Imagine there's no: heaven, countries, possessions etc.
Para ambos parecia tão simples e lógico. Ambos admitiram a ideia de estarem sonhando:
Érico Veríssimo: Sonho? Que outra coisa se pode fazer senão sonhar, neste doce clima, neste amável convívio.
John Lennon: You may say, I'm a dreamer but I'm not the only one...
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