Eu canto porque o instante existe
E a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
Sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
Não sinto gozo nem tormento,
Atravesso noites e dias
No vento.
Se desmorono ou se edifico,
Se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.Fagner canta
(No livro Viagem, publicado em 1939)
Oi Regina, obrigada pela sua visita. Passei por aqui para retribuir e conhecer o seu blog. Adorei! Gosto muito de poemas...estou seguindo o seu blog. Tenha uma semana de muita Paz e Luz! Beijocas e até breve...
ResponderExcluirHá certos poemas que acabam sendo emblemáticos do autor. Este é um deles para Cecília. Como imaginar a poeta sem ter esse poema sob as asas? Beijokas,
ResponderExcluirAinda hoje me pergunto se Fagner gravou por isso ou aconteceu depois da gravação dele. De qualquer forma, mais que Retrato, este é a própria Cecília,
ResponderExcluirAbraço.