Certo dia ele acordou e notou que ela não estava mais em casa. Também não deixou um bilhete, nem de uma só palavra: simplesmente sumiu. E fez questão de levar tudo o que era dela, coisas poucas é verdade: roupas, alguns pares de sapatos, um estojo de maquiagem, a coleção de cartas que ele lhe enviara enquanto ainda eram namorados muitos anos atrás e uma pulseira de ouro que ela ganhou no dia em que os dois casaram. O quadro com a imagem de Nossa Senhora de Fátima que ficava na parede da sala, esse ela deixou no mesmo lugar: até porque, embora comprado por ela, aquele objeto sagrado a ninguém pertencia e era preciso que ele continuasse ali, protegendo a casa onde os dois viveram uma bonita e intensa vida por quase seis décadas. Ele não chorou naquele dia, nem resmungou como de costume quando algo lhe contrariava. Apenas ficou sem entender por que ela partiu em completo silêncio e, justo, num tempo em que a vida seguia sem qualquer desgosto... Fosse...
Foi na cidade de Carnaíba, no Sertão de Pernambuco, que nasceu o projeto que seria reconhecido, no último dia 28 de outubro, como o melhor da educação básica no Brasil, no Prêmio Educador Nota 10. O professor de química Gustavo Santos Bezerra, de 32 anos, foi o idealizador de uma iniciativa que fez os alunos da Escola Técnica Estadual (ETE) Professor Paulo Freire integrarem ciência e sustentabilidade com a comunidade onde vivem. Natural de Flores, também no Sertão Pajeú, Gustavo é um exemplo vivo de resistência e inovação na educação pública brasileira. Professor há oito anos, ele abraçou a missão de ir além das quatro paredes da sala de aula. Ele conta que o compromisso diário da profissão é enfrentar os desafios crescentes, trabalhando não só conteúdos, mas também outros aspectos importantes para os alunos. Para ele, educar é preparar jovens para uma realidade em constante evolução. “Ser professor é a cada dia enfrentar desafios em busca de contribuir de alguma forma par...