Salve 4 de outubro, dia do seu Marciano! Lá em casa, quando fazíamos aniversário, meu pai sempre chegava, a um determinada hora do dia, geralmente trazido à força por minha mãe, e perguntava: — Aêooou, Marcs..., (parênteses: meu pai Marciano chamava todos os filhos de Marcs..., que era um genérico de si mesmo que ele aplicava a toda a prole, Marciano, Márcio, Marcelo, Marcus, Marcial, Marcílio...) ouvi dizer que é o seu aniversário hoje? — É, sim, pai. — Então meus parachoques! — ele brincava, de longe, sempre com medo de que um abraço e um beijo — perigo! — formalizassem um parabéns muito afetuoso. Seu Marciano era amoroso, mas não podia deixar isso expresso de forma nenhuma, sob pena de perder o moral. Os filhos, os que sabiam ler a gente no gesto, sabiam disso. E era fácil saber, afinal o ET sempre esteve lá, junto de nós. Não faltava uma vez. Quando atendia o telefone, dizia, meio gritado, para a pessoa do outro lado ouvir quase sem a necessidade ...