Os brinquedos não estruturados, nos alpendres e terreiros, de uma infância alegre e dura, mas de uma riqueza que ainda aguça as lembranças. Através delas homenageio cada bisavó/avó nordestina, cada cria... tem cheiro, sim. Basta fechar os olhos e sentir. É a terra molhada, é o café torrado e pilado, a panela de barro, tinindo na chapa quente. O pote com água sempre fresca... o pão de ló no forno artesanal, o queijo coalho saindo da prensa. A festa da farinhada, as ladainhas da procissão, os quintais do meu universo infanto/juvenil.
“As bonecas de pano, ‘bruxas’, brinquedos de criança pobre, indústria doméstica precária e tradicional no Brasil são documentos expressivos da arte popular”, compõe Câmara Cascudo no Dicionário do Folclore Brasileiro (1969).
As minhas, tem beleza de mãe; que aos oitenta anos me surpreende. As férias de julho na fazenda, os retalhos, as tranças, os nomes das bonecas, o açude; sempre na esperança de sangrar... e a moleca, que ainda ressurge nas lembranças, tão minha.
(Janete Barros, 27 de janeiro de 2016)
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