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Mostrando postagens de junho, 2025

História da Cachaça Volúpia, Marcelo Piancó (título provisório)

Foi no século dezenove onde no peito e naraça Antonio lemos levantou a sua primeira taça para brindar seu empenho e o sucesso do engenho veio em forma de cachaça. O lugar era o Gregório o de baixo e o de cima o maquinário simplório mas era perfeito o clima e a terra roxa paraibana para a plantação de cana a qualidade é lá em cima. E vejo Manuel Lemos a segunda geração na rapadura e na cachaça ele manteve a tradição e quanto mais o tempo passa mais a fama da caçhaça vai ganhando amplidão. Mas foi Otávio Lemos que todo o espírito criou comprou Lagoa Verde e da cana que herdou inspirado num lampejo por um profundo desejo de Volúpia a batizou O nome gerou polêmica foi uma coisa espantosa a tradicional sociedade achava Volúpia perigosa mas esta palavra sensual era o nome mais normal pr'uma coisa tão gostosa A polêmica e o sucesso caminham na mesma estrada a cana ganhou progresso ficou bem apresentada virou cachaça de griffe o rótulo feito em Recife onde era engarrafada. Tanto tempo se ...

É Ela! É Ela! É Ela! É Ela! poema de Álvares de Azevedo ( Lira dos Vinte Anos)

É ela! é ela! — murmurei tremendo, E o eco ao longe murmurou — é ela! Eu a vi — minha fada aérea e pura— A minha lavadeira na janela! Dessas águas-furtadas onde eu moro Eu a vejo estendendo no telhado Os vestidos de chita, as saias brancas; Eu a vejo e suspiro enamorado! Esta noite eu ousei mais atrevido Nas telhas que estalavam nos meus passos Ir espiar seu venturoso sono, Vê-la mais bela de Morfeu nos braços! Como dormia! que profundo sono! . . . Tinha na mão o ferro do engomado. . . Como roncava maviosa e pura! Quase caí na rua desmaiado! Afastei a janela, entrei medroso: Palpitava-lhe o seio adormecido... Fui beijá-la. . . roubei do seio dela Um bilhete que estava ali metido. . . Oh! de certo. . . (pensei) é doce página Onde a alma derramou gentis amores; São versos dela. . . que amanhã de certo Ela me enviará cheios de flores. Tremi de febre! Venturosa folha! Quem pousasse contigo neste seio! Como Otelo beijando a sua esposa, Eu beijei-a a tremer de devaneio. É ela! é ela! — rep...

Livros Mais Vendidos da Bienal do Rio de Janeiro 2025 ( por editora)

Ed. Cia. das Letras 1-Jantar Secreto, de Raphael Montes 2-Dias Perfeitos, de Raphael Montes 3-Suicidas, de Raphael Montes 4-Uma Família Feliz, de Raphael Montes 5-O Vilarejo, de Raphael Montes Ed.Globo Livros 1-Assistente do Vilão, de Hannah Nicole Maehrer 2-No Ritmo do Jogo, de Bal Khabra 3-Uma Janela Sombria, de Rachel Gillig 4-Minha Melhor Parte, de Hannah Bonam-Young 5-Maxton Hall: Salve-me, de Mona Kasten Ed. Rocco 1-Amanhecer na Colheita, de Suzanne Collins 2-A Hora da Estrela, de Clarice Lispector 3-O Abismo da Celina, de Ariani Castello 4-Powerless, de Lauren Kate 5-Amêndoas, de Won-pyung Shon Ed.HarperCollins 1-Bobbie Goods (Os quatro livros: Do Dia Para a Noite, Dias Quentes, Dias Frios, Isso e Aquilo) 2-Diário De Uma Garota Esquisita, de Thalita Rebouças 3-Criaturas Fofinhas, de Coco Wyo 4-Box Pocket Luxo de O Senhor Dos Anéis, de J. R. R. Tolkien 5-Um Natal Quentinho, de Coco Wyo Ed. Record 1-A Biblioteca da Meia-Noite, de Matt Haig 2-Verity, de Colleen Hoover 3-Nunca Mint...

O Príncipe Feliz, conto de Oscar Wilde

     Na parte mais elevada da cidade, sobre uma coluna bem alta, ficava a estátua do Príncipe Feliz. Ela era toda dourada coberta por finas folhas de ouro, seus olhos eram duas safiras brilhantes, e um grande rubi vermelho brilhava no punho da espada.       O príncipe era realmente admirado.       - Ele é tão lindo quanto um cata-vento - observou um dos veradores que desejava ganhar fama por ter gostos artísticos. - Pena que não seja tão útil - ele acrescentou realista, o que ele realmente não era.       - Por que você não pode ser como o Príncipe Feliz? - perguntou uma mãe sensata a seu filhinho que estava chorando porque queria a lua. - O Príncipe Feliz nunca pensa em chorar para conseguir alguma coisa.      - Fico muito contente em saber que há alguém no mundo que seja muito feliz - murmurou um homem desiludido enquanto contemplava a estátua maravilhosa.      - Parece um anjo - disseram as ...

O Homem da Cabeça de Papelão, conto de João do Rio

     No país que chamavam de Sol, apesar de chover, às vezes, semanas inteiras, vivia um homem de nome Antenor. Não era príncipe. Nem deputado. Nem rico. Nem jornalista. Absolutamente sem importância social. O País do Sol, como em geral todos os países lendários, era o mais comum, o menos surpreendente em idéias e práticas. Os habitantes afluíam todos para a capital, composta de praças, ruas, jardins e avenidas, e tomavam todos os lugares e todas as possibilidades da vida dos que, por desventura, eram da capital. De modo que estes eram mendigos e parasitas, únicos meios de vida sem concorrência, isso mesmo com muitas restrições quanto ao parasitismo. Os prédios da capital, no centro elevavam aos ares alguns andares e a fortuna dos proprietários, nos subúrbios não passavam de um andar sem que por isso não enriquecessem os proprietários também. Havia milhares de automóveis à disparada pelas artérias matando gente para matar o tempo, cabarés fatigados, jornais, trâmueis...

Em Um Certo São João, crônica de Ana Pottes

     S e avexe não que o tempo da chuva cair, despertando o cheiro da Terra molhada chegou. Amanhã pode ser o dia mais frio da sua vida, aqui nessa cidade que só tem duas estações. No entanto hoje, o calor movimentando a nossa cozinha, faz subir odores que despertam apetites.      Ali, mãe rala o milho e chama a filha mais velha para raspar o côco. Nada me cabe a não ser tapinhas nos dedos ao tentar lamber o creme amarelo-ouro. Sim, pude descascar dois milhos e deles ficar com as bonecas. Lindas! Cabelinhos dourados. Encantada com suas formas guardo junto a uma palha grande, salva da panela que seguiu para o fogo, que lhe servirá de berço.      A pequena cozinha da nossa casa ganha mais vida nesse tempo. A chuva, com seus pingos fortes, chega engrossando a biqueira, dando origem a um riacho. Logo minhas mãos constroem um barco e solto naquela imensidão caudalosa. Como não querem minha ajuda, brinco e crio a viagem dos sonhos para a boneca de ...

Noite de São João, poema de Alberto Caeiro

Noite de S. João para além do muro do meu quintal. Do lado de cá, eu sem noite de S. João. Porque há S. João onde o festejam. Para mim há uma sombra de luz de fogueiras na noite, Um ruído de gargalhadas, os baques dos saltos. E um grito casual de quem não sabe que eu existo. Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"

Vamos Pensar? (27) Oscar Wilde

Ética é o que você faz quando todos estão olhando. O que você faz quando não tem ninguém olhando chama-se caráter. Oscar Wilde. Oscar Wilde : 1854, Dublin -- 1900, Paris Veja aqui outras obras do autor de O Retrato de Dorian Gray e O Fantasma de Canterville. Quero ler: O Prínipe Feliz e Outras Histórias.

Uns Braços,conto de Machado de Assis

     Inácio estremeceu, ouvindo os gritos do solicitador, recebeu o prato que este lhe apresentava e tratou de comer, debaixo de uma trovoada de nomes, malandro, cabeça de vento, estúpido, maluco.       — Onde anda que nunca ouve o que lhe digo? Hei de contar tudo a seu pai, para que lhe sacuda a preguiça do corpo com uma boa vara de marmelo, ou um pau; sim, ainda pode apanhar, não pense que não. Estúpido! maluco! — Olhe que lá fora é isto mesmo que você vê aqui, continuou, voltando-se para      D. Severina, senhora que vivia com ele maritalmente, há anos. Confunde-me os papéis todos, erra as casas, vai a um escrivão em vez de ir a outro, troca os advogados: é o diabo! É o tal sono pesado e contínuo. De manhã é o que se vê; primeiro que acorde é preciso quebrar-lhe os ossos.. . Deixe; amanhã hei de acordá-lo a pau de vassoura!       D. Severina tocou-lhe no pé, como pedindo que acabasse. Borges espeitorou ainda alguns...