Alma penada
Não cobri espelhos, não acendi velas Não recolhi fotos, não fiz orações, nem vigília ou velório.
Não encaminhei sua alma
Não chamei padre, rabino,
pastor ou mulá.
Não queimei incenso:
pois você detestava;
mas li para você uma poesia
de adeus, de partida
e voltei para casa, amortecida.
Metade de mim, você levou.
Impostora, a que ficou, vagou por aí.
Davam-me por viva, imagine...
Alma penada que sou.
Em: Vozes do Luto: a dor de quem fica. Organização e Ediçao: Monique Machado, Rio de Janeiro, Do livro não me livro, 2024, pág. 132
Gostei imensamente da sua poesia. Mostra a dor ,a falta física de quem partiu,a ausência.Mostra a nova pessoa em que vc se transformou com a dor da partida de quem vc amou.
ResponderExcluirUm lindo poema que vem do fundo da alma de um coração apaixonado.
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