Onde abre a rosa da aurora,
Chegaremos de mãos dadas,
Cantando canções de roda
Com palavras encantadas.
Para além de hoje e de outrora,
Veremos os Reis ocultos
Senhores da Vida toda,
Em cuja etérea Cidade
Fomos lágrima e saudade
Por seus nomes e seus vultos.
Àquele lado do tempo
Onde abre a rosa da aurora,
E onde mais do que a ventura
E dor é perfeita e pura,
Chegaremos de mãos dadas.
Chegaremos de mãos dadas,
Tagore, ao divino mundo
Em que o amor eterno mora
E onde a alma é o sonho profundo
Da rosa dentro da aurora.
Chegaremos de mãos dadas
Cantando canções de roda.
E então nossa vida toda
Será das coisas amadas.
(Antologia poética 3ª edição, Ed.do autor 1963)
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