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Relato de um náufrago García Márquez

Rio das Flores – Miguel Souza Tavares

Rio do Meio (O) - Lya Luft

Século das Luzes (O) Alejo Carpentier

Senhora das Savanas – Hilton Marques

Silêncio dos Amantes (O)– Lya Luft

Sócio (O) –John Grisham

Sombra do Vento,(A) Carlos Ruiz Zafón

Terceira Xícara de Chá (A)- Greg Mortenson & David Olivier Relin

Testamento do Sr. Napumoceno (O)
This Perfect Day- Ira Levin

Tudo Começou Com Um Sonho - Deirdre Barret

Último Leitor (O) de David Toscana

Um Certo Capitão Rodrigo _Érico Veríssimo

Vendedor de Passados- José Eduardo Agualusa (O)

Vida Secreta das Abelhas(A) - Sue Monk Kid

Vinhas da Ira, (As)John Steinbeck

Viúvas das Quintas-Feiras –(As)

Volta do parafuso (A)- Henry James

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A Beleza Total, Carlos Drummond de Andrade.

A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços. A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa. O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito. Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um di...

Vamos pensar? (18)

Será que às vezes o melhor não é se deixar molhar?  

O Mendigo do Viaduto do Chá, Regina Ruth Rincon Caires

     A moeda corrente era o cruzeiro. A passagem de ônibus custava sessenta centavos. O ano era 1974.       Eu trabalhava no centro da cidade, em um banco que ficava na Rua Boa Vista. Morava longe, quase ao final da Avenida Interlagos, e usava diariamente o transporte coletivo. Meu trabalho, no departamento de estatística, resumia-se a somar os números datilografados em planilhas e mais planilhas fornecidas pelas agências do banco. Somas que deveriam ser checadas, e que eram efetuadas nas antigas calculadoras elétricas com suas infernais bobinas, conferidas e grampeadas nas respectivas planilhas. Não fosse o café para espantar o sono durante as diárias e rotineiras oito horas de trabalho, nenhuma soma teria sido confirmada.