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Pequeno Poema Didático,Mário Quintana


O tempo é indivisível. Dize,
Qual o sentido do calendário?
Tombam as folhas e fica a árvore,
Contra o vento incerto e vário.

A vida é indivisível. Mesmo
A que se julga mais dispersa
E pertence a um eterno diálogo
A mais inconseqüente conversa.

Todos os poemas são um mesmo poema,
Todos os porres são o mesmo porre,
Não é de uma vez que se morre…
Todas as horas são horas extremas!



Nota: o blog manteve a grafia original

Comentários

  1. REGINA,
    Os dois últimos versos são
    certeiros.
    Os dois últimos versos são
    afiados como o fio de uma
    faca.
    Os dois últimos versos trata
    do tempo em proporções cruéis.
    Não temos como dominar o tempo.
    O tempo está sempre nos colocando
    em risco.

    "Não é de uma vez que se morre...
    Todas as horas são horas extremas!"

    Eu começo a minha segunda-feira refletindo sobre isto.

    CRISTINA SÁ
    http://cristinasaliteraturainfantil
    ejuvenil.blogspot.com

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Quintana tinha esse dom: de forma poética obrigava a gente a pensar.
    tenha uma boa semana.
    Abraço.

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