Pular para o conteúdo principal

O Terrorista Elegante, Mia Couto e José Eduardo Agualusa.

Mia Couto esteve no Recife para evento na Universidade Católica de Pernambuco e lançamento do livro O Terrorista Elegante. Ingressos esgotados em 24 horas. Perdi o evento e não me dando por vencida, comprei o livro na versão digital. Quando li a sinopse da livraria descobri que os dois, são mais exagerados do que eu pensava.  

Vejam a sinopse de que falo: 
 

     
Em projeto exclusivo para a Editora Planeta Brasil, o primeiro livro escrito a quatro mãos por dois dos maiores autores da língua portuguesa: Mia Couto e José Eduardo Agualusa Ao longo de muitos anos de amizade, o moçambicano Mia Couto e o angolano José Eduardo Agualusa, dois dos principais autores africanos de língua portuguesa, escreveram três peças a quatro mãos. Neste livro, nascido de conversas informais na histórica Paraty, essas três peças foram reunidas, depois de devidamente adaptadas pelos próprios autores para o formato de contos. Em O terrorista elegante, um angolano é preso em Portugal por suspeita de participação em atos de terrorismo. O homem alega ser capaz de voar e conversa com um passarinho na prisão, que parece lhe dar as orientações necessárias para que cumpra sua missão. “Quero explicar a vocês por que estou aqui em Xigovia, neste lugar tão cheio de lembranças. E até me treme a voz quando, por fim, confesso a razão da minha presença: venho aqui para matar.” É assim que o protagonista de Chovem amores na rua do matador pretende finalmente fazer as pazes com seu passado: matando as três mulheres que chegou a amar. A noite da cidade está mergulhada em caos. Enquanto o conflito se desenrola nas ruas escuras, um estranho mascarado invade a casa de duas mulheres. Em A caixa preta, gerações da mesma família são obrigadas a, enfim, enfrentar seus segredos mais bem guardados. ( Livraria Saraiva)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Beleza Total, Carlos Drummond de Andrade.

A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços. A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda a capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa. O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito. Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um di

Mãe É Quem Fica, Bruna Estrela

           Mãe é quem fica. Depois que todos vão. Depois que a luz apaga. Depois que todos dormem. Mãe fica.      Às vezes não fica em presença física. Mas mãe sempre fica. Uma vez que você tenha um filho, nunca mais seu coração estará inteiramente onde você estiver. Uma parte sempre fica.      Fica neles. Se eles comeram. Se dormiram na hora certa. Se brincaram como deveriam. Se a professora da escola é gentil. Se o amiguinho parou de bater. Se o pai lembrou de dar o remédio.      Mãe fica. Fica entalada no escorregador do espaço kids, pra brincar com a cria. Fica espremida no canto da cama de madrugada pra se certificar que a tosse melhorou. Fica com o resto da comida do filho, pra não perder mais tempo cozinhando.      É quando a gente fica que nasce a mãe. Na presença inteira. No olhar atento. Nos braços que embalam. No colo que acolhe.      Mãe é quem fica. Quando o chão some sob os pés. Quando todo mundo vai embora.      Quando as certezas se desfazem. Mãe

Os Dentes do Jacaré, Sérgio Capparelli. (poema infantil)

De manhã até a noite, jacaré escova os dentes, escova com muito zelo os do meio e os da frente. – E os dentes de trás, jacaré? De manhã escova os da frente e de tarde os dentes do meio, quando vai escovar os de trás, quase morre de receio. – E os dentes de trás, jacaré? Desejava visitar seu compadre crocodilo mas morria de preguiça: Que bocejos! Que cochilos! – Jacaré, e os dentes de trás? Foi a pergunta que ouviu num sonho que então sonhou, caiu da cama assustado e escovou, escovou, escovou. Sérgio Capparelli  CAPPARELLI, S. Boi da Cara Preta. LP&M, 1983. Leia também: Velho Poema Infantil , de Máximo de Moura Santos.