Perambulando pela Bienal encontrei Umbilina e Sua Grande Rival agora em nova edição. Pode ser adquirido na Rua 3, boxe Canto Sertanejo
Recomendo a leitura: criativo, bem humorado, realismo fantástico muito bem escrito.
Esse trabalho de realismo fantástico brasileiro é um livro que poderia muito bem transformar-se em filme pelas mãos de Guel Arraes.
Tomara que ele pense o mesmo que eu.
Enquanto isso, melhor ler um trecho do livro:
-Sal bento e água benta, Jesus Cristo no altar.
As dificuldades do meu caminho saiam que eu vou passar. Em nome do Pai, do Filhos e do Espírito Santo...
responda amém.
- Amém.
- Vamos andando
Foram.
- Toda vez que você seguir viagem, reze essa oração.Quando você virar cavaleiro, vai precisar dela.
- Umbilina na frente,José Maria logo em seguida.
Ela, ensimesmada, compenetrada. Um lenço na cabeça, vestido preto, como se fosse viúva. Mostrar-se viúva de sentimento era uma forma de se vingar de Manoel da Caatingueira, que certamente continuava vivo e se mexendo nos prazeres carnais.
- Que calor macho! Queixou-se José Maria.
- Quanto mais a gente sua mais pecado escorre do nosso corpo! retrucou Umbilina.
- Mãe, responda uma coisa. Essa dor que a senhora sente é que nem um nó na tripa?
- É muito mais.
- Oxe!
(In Belmar, Cícero, Umbilina e Sua Grande Rival, Ed.Fund.Cultura Cidade do Recife 2002. Cap. 5 pag.60)
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