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Mostrando postagens de março, 2012

Brasileiro Lê, Em Média, Quatro Livros Por Ano

O brasileiro lê em média quatro livros por ano e apenas metade da população pode ser considerada leitora. É o que aponta a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada hoje (28) pelo Instituto Pró-Livro. O estudo realizado entre junho e julho de 2011 entrevistou mais de 5 mil pessoas em 315 municípios. Em 2008, o instituto divulgou pesquisa semelhante que apontava a leitura média de 4,7 livros por ano. Entretanto, a entidade não considera que houve uma queda no índice de leitura dos brasileiros, já que a metodologia da pesquisa sofreu pequenas alterações para torná-la mais precisa. De acordo com o levantamento, o Brasil tem hoje 50% de leitores ou 88,2 milhões de pessoas. Se encaixam nessa categoria aqueles que leram pelo menos um livro nos últimos três meses, inteiro ou em partes. Entre as mulheres, 53% são leitoras, índice maior do que o verificado entre os entrevistados do sexo masculino (43%). Ao perguntar para os entrevistados quantos livros foram lidos nos últimos

Heleno de Freitas, Antonio Falcão

    Na fantasia, o folclórico Neném Prancha, misto de filósofo e técnico, punha-se atrás de um tabuleiro  de laranjas como se fora vendedor no areal de Copacabana. E para cada garoto jogava uma fruta. Pela reação, separava o craque do cabeça-de-bagre. Heleno de Freitas, mineiro de 12 anos, amorteceu uma laranja na coxa, deixou-a cair no pé, fez embaixada, levou-a à cabeça, trouxe de volta ao pé, que deu ao controle do calcanhar. E Neném viu que descobrira o mais fino, inventivo e temperamental craque do País. Por isso, até a morte, Neném levou na carteira de cédulas a foto desse que brilharia como ninguém no Botafogo de Futebol e Regatas - muito mais que o fulgor da gloriosa estrela solitária do alvinegro carioca.     É exato, Heleno - nascido em São João Nepomuceno, em 12 de dezembro de 1920 - vivia no Rio em 33. Para a então capital do Brasil, a família se mudara quando morreu Oscar Freitas, negociante de café, casado com Maria Rita e pai de oito filhos. Destes, só o quinto e

Millôr, Eu Pintei Seu Cisne, viu?

Volksmillôr agora ataca de Swan -Que pena o PASQUIM não ser em cores! Minha máxima aspiração Pessoas pensam que desejo ser glorioso ou milionário mas meu grande- e talvez irrealizável - sonho, é ser Cisne do Itamarati. Já pedi nesse sentido a alguns amigos influentes naquele ministério, o Araujo Catro disse que ia ver, o João Cabral prometeu interceder como poeta, o Zoza e o Jomico (do poder ultra-jovem lá de dentro) garantiram que iam me arraanjar, mas nada. Não há vaga, eu não sirvo, cisne só os da carrièrre, enfim, tudo desculpas. Não querem atender-me e vêm com evasivas. Coisas formidáveis se conseguem neste país com muito menores credenciais do que as minhas. Gente tem ficado rica à custa do governo, e poderosa, e decorada de medalhas, mas o cargo de Cisne do Itamarati eles acham que não podem dar-me. É uma injustiça, sendo ainda mais , uma terrível crueldade. Meu objetivo de tranqüilidade é esse. Meu alvo de conquista. Minha ânsia de beleza. Naquele cargo ninguém esta

O Doutor Freitas, Gabriel García Márquez

No primeiro dia do mês em curso escreveu-se nesta seção uma crônica sobre abril. Esperava este jornalista que no transcurso desses trinta dias acontecessem algumas coisas interessantes, entre elas, que Pafúncio se fartasse com um pratarraz de feijão com arroz no boteco do Perico; que Clark conseguisse seduzir a Srta. Lane sem necessidade de transformar-se em Super-Homem e que Tarzan deixasse de praticar suas bobagens atleticamente selvagens. Parece que no que já transcorreu do mês nada disso aconteceu, como não acontecerá no que falta dele, segundo se pode suspeitar. Quanto ao casamento de Ingrid Bergman, as últimas notícias dão a entender que o diretor Rosselini ainda espera saber com quem se pareça a criança antes de lançar ao pescoço a coleira conjugal. Em síntese, a única coisa que parece ter dado certo naquela crônica de saudação aprilina foi a comprovada reivindicação do Dr. Heleno de Freitas no gramado do campeonato nacional. Um acordo que poderia encher de orgulho o p

O Trem do Paraná, José Stival

"Srs. Passageiros, queiram tomar seus lugares; a R V P S C deseja-lhes muito boa viagem!" RVPSC-Rede Viação Paraná-Santa Catarina: Estação Itararé Retardatários virão voando;   O trem, porém,   não se detém   por mais ninguém   E vai deixando   a plataforma;   e vai saindo   da estação...   -Até a volta!   -Ciao   -Boa viagem! Avança que avança no trilho sem fim, deixando pra trás  o bairro operário, a triste favela, a zona fabril... Avança que avança no trilho sem fim e em tal disparada que à beira da estrada se deita o capim! Avança que avança no trilho sem fim sacode apança  do amigo Crispim... E bufa que bufa e roda que roda vai sempre rodando sem nunca parar! Passagem de nível? Convém apitar: que o trem na carreira não é brincadeira, nem vem devagar! (Huiii-hui-huiuu!) Ao monstro que passa envolto em fumaça, em vênia ligeira se inclina e cidreira, em vênia profunda

Folia De Rei. Chico Anysio e Arnaud Rodrigues

Chico Anysio que me fez rir desde a adolescência, é o dono da crônica cantada de hoje: Folia de Reis dele com Arnaud Rodrigues foi o maior sucesso de Baiano e os novos Caetanos, grupo criado por Chico Anysio nos anos 60. Folia de rei Ai, andar andei! Ai, como eu andei! E aprendi a nova lei: Alegria em nome da rainha E folia em nome de rei! Alegria em nome da rainha E folia em nome de rei! Ai, mar marujei! Ai, eu naveguei! E aprendi a nova lei: Se é de terra que fique na areia O mar bravo só respeita rei! Se é de terra que fique na areia O mar bravo só respeita rei! Ai, voar voei! Ai, como eu voei! E aprendi a nova lei: Alegria em nome das estrelas E folia em nome de rei! Alegria em nome das estrelas E folia em nome de rei! Ai, eu partirei! Ai, eu voltarei! Vou confirmar a nova lei: Alegria em nome de Cristo Porque Cristo foi o Rei dos reis! Alegria em nome de Cristo Porque Cristo foi o Rei dos reis! Alegria em nome de Cristo Porque Cristo fo

História bonita(4): Sr.Bartolomeu na faculdade de matemática aos 86 anos

Sr. Bartolomeu Queiroz, ex-pedreiro,ex-carpinteiro, ex-mestre de obras e caminhoneiro, hoje aposentado e com 86 anos começou a cursar matemática na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, no campus de Aquidauana. Ao longo da vida precisou para de estudar  5 vezes:”parei de estudar porque eu fazia viagens com o caminhão e não tinha tempo”.  Para entrar no ensino superior, o Sr. Bartolomeu cursou o EJA em uma escola pública em frente à sua casa, depois fez o Enem.  Escolheu matemática porque sempre teve facilidade com números, conforme diz.   O exemplo da valorização do estudo que o Sr. Bartolomeu Queiroz está dando nas salas de aula que freqüenta, aos inúmeros jovens que poderiam ser seus netos, foi dada antes e principalmente a seus filhos.  Na casa do vovô estudante são 10 filhos com formação superior.

Quarta-feira é dia de: Um Tempo Sem Nome, Rosiska Darcy de Oliveira

Com seu cabelo cinza, rugas novas e os mesmos olhos verdes, cantando madrigais para a moça do cabelo cor de abóbora, Chico Buarque de Holanda vai bater de frente com as patrulhas do senso comum. Elas torcem o nariz para mais essa audácia do trovador. O casal cinza e cor de abóbora segue seu caminho e tomara que ele continue cantando “eu sou tão feliz com ela” sem encontrar resposta ao “que será que dá dentro da gente que não devia”. Afinal, é o olhar estrangeiro que nos faz estrangeiros a nós mesmos e cria os interditos que balizam o que supostamente é ou deixa de ser adequado a uma faixa etária. O olhar alheio é mais cruel que a decadência das formas. É ele que mina a autoimagem, que nos constitui como velhos, desconhece e, de certa forma, proíbe a verdade de um corpo sujeito à impiedade dos anos sem que envelheça o alumbramento diante da vida . Proust, que de gente entendia como ninguém, descreve o envelhecer como o mais abstrato dos sentimentos humanos. O príncipe Fabrizio Salina

O Meu Brinquedo Preferido,Cleômenes Campos

Cada um de nós, teve, na infância, O seu brinquedo preferido. Eu nunca me apartei, sequer, por um momento, De um grande papagaio ágil e colorido, Amigo do alto como o pensamento. O meu maior prazer era vê-lo a distância, Balouçando-se todo, ao capricho do vento... De manhã, quando o sol diàfanamente louro Como um etranho papagaio de ouro Ruborecendo o céu aparecia, Meu coração pulava de alegria, E eu pulava no chão, como êle no meu peito, Da mesma forma satisfeito, Pois ia ter um belo dia. Sobraçava-o depressa e ao fazê-lo Corria: O vento despenteando-me o cabelo Penteava-o como bem lhe parecia...

Crônica cantada: Essa Pequena , Chico Buarque

                             Meu tempo é curto, o tempo dela sobra Meu cabelo é cinza, o dela é cor de abóbora Temo que não dure muito a nossa novela, mas Eu sou tão feliz com ela Meu dia voa e ela não acorda Vou até a esquina, ela quer ir para a Flórida Acho que nem sei direito o que é que ela fala, mas Não canso de contemplá-la Feito avarento, conto os meus minutos Cada segundo que se esvai Cuidando dela, que anda noutro mundo Ela que esbanja suas horas ao vento, ai Às vezes ela pinta a boca e sai Fique à vontade, eu digo, take your time Sinto que ainda vou penar com essa pequena, mas O blues já valeu a pena Leia também: crônica baseada na música Essa Pequena: http://livroerrante.blogspot.com.br/2012/03/quarta-feira-e-dia-de-um-tempo-sem-nome.html

História bonita(6): Laissa, 1ª na família a chegar à universidade

Laíssa Sobral Santos Martins, de 19 anos, é uma das estudantes aprovadas no último processo de transferência externa da Fuvest, que seleciona alunos já matriculados em outras universidades para estudarem na USP (Universidade de São Paulo). Sua história seria comum se não fosse um detalhe: Laíssa é ex-catadora de lixo e cresceu na cooperativa de catadores da Granja Julieta, na qual sua mãe, Mara Lúcia Sobral Santos, é coordenadora. - Eu estava matriculada em um curso de gestão ambiental na FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), mas não podia mais arcar com os custos da mensalidade, alimentação e transporte. Na família de Laíssa, composta pela mãe, o irmão Everton e mais 14 irmãos adotados, ninguém havia conseguido superar o ensino médio. A jovem é a primeira a entrar em uma universidade. Como foi? Laíssa se matriculou na FMU no começo de 2011, quando ainda trabalhava com a mãe na cooperativa e recebia cerca de R$ 900 por mês. Incentivada por amigos que conheciam seu trabalh

Palmas pro blog!!

Hoje este blog ultrapassou a marca de 60.000 acessos individuais . Estou feliz.  Agradeço a todos que de passagem ou com frequência passam por aqui.  Vamos continuar nos encontrando.   

Aniversariante do dia: Castro Alves

     Hoje, faz 165 anos do nascimento do poeta Castro Alves .  Para homenageá-lo por sua importância literária e social o dia 14 de março foi escolhido como o Dia Nacional da Poesia .        O baiano Castro Alves foi a principal voz poética contra a escravatura sendo o poema  Navio Negreiro seu mais conhecido trabalho. No entanto, é Canção do Africano  seu  primeiro poema   com a temática da escravidão. Leia a seguir: A Canção do Africano Lá na úmida senzala, Sentado na estreita sala, Junto ao braseiro, no chão, Entoa o escravo o seu canto, E ao cantar correm-lhe em pranto Saudades do seu torrão ... De um lado, uma negra escrava Os olhos no filho crava, Que tem no colo a embalar... E à meia voz lá responde Ao canto, e o filhinho esconde, Talvez pra não o escutar! "Minha terra é lá bem longe, Das bandas de onde o sol vem; Esta terra é mais bonita, Mas à outra eu quero bem! "0 sol faz lá tudo em fogo, Faz em brasa toda a areia; Ninguém sabe com

A Órfã na Costura, Junqueira Freire

Clique na imagem Minha mãe era bonita, Era toda a minha dita, Era todo o meu amor Seu cabelo era tão louro, Que nem fita de ouro Tinha tamanho esplendor Suas madeixas luzidas Lhe caiam tão compridas Que vinham aos pés beijar Quando ouvia as minhas queixas, Em suas áureas madeixas, Ela vinha me embrulhar

Crônica cantada: Áfrico. Sérgio Santos e Paulo César Pinheiro

Quem foi que fez brasileiro bater Tambor de jongo? De onde é que sai quem batuca com o pé Terno-de-Congo? Quem é, me ensina quem foi Que fez o povo dançar Tambor-de-Mina, Bumba-meu-boi, Boi-bumbá, O bambaquerê, O samba, o ijexá, Quando o Brasil resolveu cantar? Quem foi que pôs o lamento na voz Da lavadeira? Quem fez aqui baticum, candomblé E a capoeira? Quem trouxe o maracatu? Quem fez o maculelê, Mineiro-pau, côco, caxambu, Bangulê, A xiba, o lundu, O cateretê, Quando o Brasil resolveu cantar? Me diz quem foi que fez A dor se transformar Em som de carnaval, Em batucada, Em melodia? Que força fez mudar Toda tristeza Em alegria, Quando o Brasil resolveu cantar?

História bonita(7): Julia passou em 12 vestibulares para medicina

Uma jovem brasileira, filha de agricultor no interior de Minas Gerais, quer ser médica. Ela passou em 12 vestibulares. Em uma rua de casas  humildes, uma faixa chama a atenção de quem passa. Júlia passou em 12 universidades. Para um dos cursos mais disputados: Medicina. “Às vezes as pessoas me perguntam: ‘Por que você fez esse tanto de vestibular?’ Eu fiz esse tanto de vestibular porque medicina é assim eu ouvi vários casos de que a pessoa deixou de passar porque o último colocado ficou um décimo na frente dele”, contou a estudante Júlia de Oliveira Campos. Entre as 12 universidades, Júlia escolheu uma das mais conceituadas do Brasil. “Qualquer aluno que pensa em estudar medicina pensa na USP. É onde você vai ter mais oportunidades”, diz Júlia. Por trás da vitória, uma família que batalhou muito. O pai dela, Seu Lincoln, é lavrador na pequena cidade de Paracatu, em Minas Gerais. “Como uma pessoa hoje vai competir nesse mundo sem saber inglês, sem saber espanhol, sem ter